Ativistas cobrem 11 estátuas da capital com máscaras cirúrgicas

Protesto é contra um projeto de lei que pretende adiar em 20 anos a substituição da frota de ônibus da capital paulista por veículos de energia limpa

Ana Paula Niederauer, O Estado de S.Paulo

Pelo menos 11 estátuas de São Paulo amanheceram nesta quinta-feira, 17, com máscaras cirúrgicas.

O protesto é contra um projeto de lei que pretende adiar a substituição da frota de ônibus da capital paulista por veículos de combustíveis 100% renováveis.

A Lei de Mudanças Climáticas, sancionada em 2009, determinava a substituição de 10% da frota de ônibus a cada ano até que, em 2018, nenhum ônibus rodasse exclusivamente com óleo diesel.

O projeto é de autoria do vereador Milton Leite (DEM), presidente da Câmara dos Vereadores de São Paulo. A proposta começa a ser discutida nesta quinta-feira e estabelece o prazo de 20 anos para que as empresas de ônibus adotem combustíveis limpos na frota municipal.

O vereador Milton Leite diz ver com "tristeza" o protesto. Segundo ele, os ativistas estão "mal informados".

"Os carros e motos poluem muito mais que os ônibus. Os trezentos caminhões da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) degradam muito mais que os 15 mil ônibus da capital", disse Leite.

O movimento, liderado pelas ONGs Cidade dos Sonhos, Greepeace e Minha Sampa, distribuiu máscaras e folhetos em terminais de ônibus e hospitais, explicando os riscos do projeto de lei para a saúde e as informações da campanha.

Segundo Davi Martins, especialista em mobilidade urbana do Greenpeace, o ato foi uma "brincadeira" para mostrar a população paulistana que "nem as estátuas estão aguentando a poluição dos ônibus".

"O diesel, combustível utilizado nos ônibus, é o maior emissor de material particulado fino (fumaça preta) e está diretamente relacionado com problemas graves de saúde, como cardiorrespiratório e câncer de pulmão", explicou Martins.

Veja a lista de estátuas que amanheceram mascaradas:

 – Monumento às Bandeiras (empurra-empurra), Ibirapuera

– Adoniran Barbosa, Praça Dom Orione (Bixiga)

– Luiz Lázaro, Praça da República

– Faria Lima,  Avenida Brigadeiro Faria Lima 

– Francisco de Miranda, Praça do Ciclista (Av. Paulista x Av. consolação)

– Anhanguera, em frente ao Parque Trianon (Av. paulista)

– Nicolau Scarpa, praça Nicolau Scarpa (Jardins)

– Monumento indígena, Praça das Guianas (Jardins)

– Afonso Taunay, Largo do Arouche

– Luiz Gama, Largo do Arouche

– Alexander Flemming, Praça Alexander Flemming (Mooca)

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.

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