Gestão Doria anuncia ar condicionado e wi-fi em todos os ônibus até 2020

ALENCAR IZIDORO, ENVIADO ESPECIAL A SEUL – FOLHA DE S. PAULO

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende implantar rede de wi-fi e ar condicionado em toda a frota de ônibus da cidade até 2020.

A informação foi dada pelo secretário municipal de Transportes, Sergio Avelleda, em entrevista ao lado do prefeito, após visita a executivos da Hyundai, na manhã desta quinta-feira (13), em Seul, capital coreana (noite de quarta no Brasil).

Doria disse ter iniciado negociações com a empresa para a instalação de uma fábrica de ônibus no Estado de São Paulo, de forma a auxiliar no processo de renovação da frota paulistana prevista na nova licitação do transporte, cujo edital deve ser lançado em maio deste ano. A Hyundai é fornecedora de ônibus em Seul.

Segundo Avelleda, hoje menos de 10% da frota de ônibus de São Paulo é equipada com wi-fi e ar condicionado.

Ele disse ainda que os novos contratos buscarão um processo de substituição da frota a diesel por veículos menos poluentes.

Apesar do anúncio da gestão Doria, a Folha apurou que a exigência de wi-fi e ar em todos os quase 15 mil ônibus paulistanos é vista com restrição por técnicos municipais, por encarecer os custos do sistema, que neste ano já pode requerer subsídios de mais de R$ 3 bilhões.

A tentativa de atrair a Hyundai como fornecedora de ônibus no Brasil também enfrenta um grande obstáculo. O grupo Ruas em São Paulo opera a maioria das linhas e, ao mesmo tempo, controla montadora de ônibus, facilitando os investimentos por atuar nas duas pontas.

VIAGEM

A viagem de Doria a Seul é a segunda missão internacional do prefeito.

Antes, ele havia feito turnê pelo Oriente Médio em fevereiro. Além de buscar experiências exitosas, Doria pretende atrair parcerias e investidores para seu plano de privatizações e concessões.

A visita à Coreia do Sul, com a maioria das despesas pagas pela Prefeitura de Seul, ocorre num momento de turbulência política no país devido ao impeachment e à prisão da presidente da República, Park Geun-hye, num escândalo com repercussão equivalente a uma "Lava Jato coreana".

Doria tem em sua agenda de compromissos visitas a conglomerados que estão no epicentro da crise, principalmente a Samsung, cujo herdeiro e principal cabeça do grupo, Lee Jae-yong, foi preso acusado de dar cerca de US$ 50 milhões a fundações de uma amiga da presidente em troca de favores. A empresa nega as acusações.

Matéria publicada na Folha de S. Paulo.

 

Compartilhe este artigo