Latrocínios, homicídios e roubos de carga crescem em SP no 1º trimestre

ARTUR RODRIGUES – FOLHA DE S. PAULO

Latrocínio e roubo de carga foram dois crimes que cresceram significativamente no Estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2017. Também chama atenção o aumento nos homicídios na Grande São Paulo.

O número de vítimas de latrocínio, que vinha caindo no período nos últimos três anos, subiu 34% – foram 79 casos de janeiro a março de 2016 contra 106 neste ano. A capital paulista seguiu a mesma tendência, com alta ainda maior, de 52% (de 23 casos para 35).

Já os roubos de carga tiveram um crescimento de 28% no Estado, passando de 2.152 casos para 2.762. Roubos a banco também subiram de 28 para 35 (25%). Ambos geralmente são cometidos pelo crime organizado.

O aumento acontece no momento em que brasileiros ligados à facção paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) são suspeitos de participar de um mega-assalto no Paraguai. Ao todo, foram roubados R$ 120 milhões na ação ocorrida nesta segunda (24).

O secretário Mágino Barbosa afirmou que a polícia tem feito prisões de quadrilhas de assaltantes. "É bom lembrar que em São Paulo a gente tem trabalhado com inteligência. No mês passado, nós tivemos a prisão de nove agentes preparados para praticar um assalto a uma empresa de transporte de valores", disse.

Barbosa declarou que o crime realizado no país vizinho é similar a outros cinco casos no Estado de São Paulo e que a polícia paulista está à disposição para auxiliar nesse caso.

"Nós também queremos informações deles porque elas podem ser úteis não só na prevenção como também para a elucidação de casos que já ocorreram", afirmou.

Os roubos em geral tiveram ligeira alta, tanto na cidade (de 29.407 para 30.253, ou 3%) quanto no Estado (de 80.690 para 81.981, ou 0,01%)

MAIS MORTES VIOLENTAS

Apesar de ter caído 13% na capital, o número de vítimas de homicídios dolosos teve um aumento leve no Estado (3%) e bastante alto na Grande São Paulo (32%) no primeiro trimestre.

Barbosa responsabilizou chacinas recentes por esses números. "Depois de um bom tempo sem homicídios múltiplos, tivemos alguns casos no mês de março. Isso termina evidentemente puxando os indicadores", disse o secretário.

A região metropolitana registrou 250 mortos contra 190 em 2016, contrariando a tendência de queda que vinha ocorrendo no últimos anos no período. O mês de março foi o mais sangrento, com 96 vítimas, ante 78 em janeiro e 76 em fevereiro.

No Estado, embora o total de casos de homicídio tenham caído um pouco (de 890 para 878), houve crescimento no número de vítimas (de 917 para 942).

Um dos casos que gerou repercussão no interior neste período, por exemplo, foi o de um homem que, no primeiro dia do ano, invadiu uma festa de Réveillon de família em Campinas, matou a tiros a ex-mulher, o filho de 8 anos e outras dez pessoas que estavam no local e depois se suicidou.

Já na cidade de São Paulo, os números seguiram a tendência de queda no primeiro trimestre que ocorreu no ano passado, passando de 231 para 201. Além dos casos registrados até março, ao menos nove pessoas morreram em duas chacinas nas zonas norte e sul da capital entre os dias 4 e 5 deste mês.

Matéria publicada na Folha de S. Paulo.
 

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