‘Na próxima, serão demitidos’, diz Doria após reclamações de regionais

Prefeito afirma que deu 'sinal amarelo' para prefeitos regionais que disseram 'enxugar gelo' e 'fingir que trabalham' por falta de recursos na Prefeitura

Bruno Ribeiro e Fabio Leite, O Estado de S. Paulo

O prefeito João Doria (PSDB) disse ter ficado “muito aborrecido” com as queixas de falta de recursos da Prefeitura feitas publicamente por dois prefeitos regionais da capital e emitiu um “sinal amarelo” aos subordinados caso as reclamações se repitam: “Na próxima, serão demitidos”.

“Imagina o cara dizer que enxuga gelo? O que é isso? Nós estamos aqui para enfrentar os problemas, não para reclamar dos problemas. Estamos aqui para dar soluções para os problemas e para a população, não é para dizer que não tem recurso, não tem isso, não tem aquilo. Somos servidores para atender as necessidades da população, em qualquer circunstância”, disse Doria.

As queixas foram feitas pelos prefeitos regionais Edson Marques (São Miguel) e Benedito Mascarenhas (Vila Mariana) em entrevistas promovidas pela Rádio Estadão e publicadas pelo blog nesta quinta-feira, 9. Marques afirmou não ter como dar resposta a todas as demandas por poda de árvores no bairro da zona leste. “Nós acabamos fingindo que estamos fazendo e na verdade você vai agindo sob pressão”.

Já Mascarenhas comentou a campanha do prefeito contra os pichadores dizendo que da forma como a lei é hoje o indivíduo detido por pichar patrimônios públicos e privados é levado para a delegacia mas não sofre nenhuma punição. “É enxugar gelo, como se diz. O que cabe exatamente para nós é ir lá pintar aquilo que foi sujado.”

As declarações de falta de recursos e de estrutura nas prefeituras regionais desagradaram Doria. Para o prefeito, os gestores precisam ter “capacidade criativa de fazer suprir as dificuldades” e “não externar isso para a população”.

“Imagina, amanhã chegar o secretário da Saúde e dizer ‘olha, estamos com muita dificuldade, estamos enxugando gelo?’ O que a população vai achar? Não pode chegar num hospital, num posto de saúde e não ser atendido. Temos de atender, dar conta das nossas demandas. Pegue o exemplo do prefeito: faça o que tem que fazer com os recursos que têm disponíveis”, completou Doria./ COM PEDRO VENCESLAU

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.

 

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