Não se pode descartar o rodízio em São Paulo, afirma Alckmin

Governador, porém, disse que chuvas e obras poderão evitar a interrupção do abastecimento; Gestão tucana vai aguardar até o final de março a recuperação do sistema Cantareira para tomar uma decisão.

Por Gustavo Uribe e Fabrício Lobel

Em meio à grave crise hídrica, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não descartou nesta sexta (13) a possibilidade de decretar rodízio de água na Grande São Paulo.

O tucano disse, no entanto, que está otimista e que a administração tem trabalhado para evitar um regime de interrupções durante o período seco, entre abril e outubro.

"Não se pode dizer que não vai ter rodízio. Essa é uma questão que avaliamos permanentemente, diariamente. No final de fevereiro e meio de março, vamos verificando."

O governador participou da primeira reunião do Comitê da Crise Hídrica, criado no início deste mês e que reúne integrantes do governo, prefeitos da região metropolitana e entidades civis.

Conforme a Folha noticiou na edição de sexta, o governo estadual estipulou o final de março como o prazo para a decisão se será ou não adotado um rodízio na Grande SP.

O plano atual para um eventual rodízio prevê um regime de quatro dias sem água seguido de dois dias com abastecimento em toda a Grande São Paulo.

A definição ou não de adoção da medida depende do ritmo de recuperação do sistema Cantareira –o principal da Grande São Paulo– até o final de março.

Se o volume acumulado até lá não for suficiente para abastecer ao menos um quarto da população da Grande SP até outubro, um rodízio será iniciado imediatamente.

A Folha apurou que, no início de fevereiro, a Sabesp e a Secretaria de Recursos Hídricos apresentaram ao governador um plano de rodízio para início imediato.

O plano, que trazia a opção de um rodízio no esquema de 12 horas com água e 36 horas sem, só não foi implantado naquele momento porque Alckmin decidiu mais uma vez esperar pelas chuvas nos principais reservatórios.

Contingência

No encontro de ontem entre governo e prefeitos, ficou decidida a criação de um plano de contingência para ser adotado na Grande São Paulo em caso de rodízio.

A ideia é incluir na proposta, que deve ser concluída no prazo de um mês, medidas que evitem o desabastecimento de escolas, hospitais e penitenciárias durante o período de torneiras secas.

"Teremos um plano de contingência, para, no caso de precisar de um rodízio, tê-lo preparado e mapeado como medida de segurança", disse o governador tucano.

No encontro, o governo paulista estimulou prefeituras a distribuírem caixas-d'água a escolas municipais e a bairros localizados em regiões altas ou periféricas para evitar problemas na distribuição de água devido à redução de pressão nos canos.

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

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