Divulgado nesta terça (22/9) pela Rede Nossa São Paulo e FecomercioSP, levantamento mostra também quanto tempo as pessoas gastam no trânsito e o que acham da redução da velocidade nas vias da cidade
A Rede Nossa São Paulo e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) lançaram nesta terça-feira (22/9) – Dia Mundial Sem Carro – a Pesquisa sobre Mobilidade Urbana.
O levantamento, que foi realizado pelo Ibope Inteligência e está em sua nona edição, revela o tempo que os paulistanos gastam por dia, em média, no trânsito, bem como nível de satisfação dos usuários do transporte público. A avaliação dos moradores de São Paulo sobre a redução da velocidade nas vias da cidade e a opinião que têm sobre a abertura da Avenida Paulista exclusivamente para pedestres e ciclistas aos domingos também integram os resultados da pesquisa.
Para elaborar o levantamento, foram entrevistados 700 moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro.
A pesquisa também aborda a percepção dos paulistanos sobre os principais problemas da cidade e questões específicas sobre a poluição.
Realizado no Sesc Consolação, o lançamento da nona edição da Pesquisa de Mobilidade urbana contou com a participação de representantes da Prefeitura de São Paulo e de organizações da sociedade civil, além de cidadãos interessados no tema.
Entre as principais conclusões da pesquisa estão:
– Áreas problemáticas na cidade de São Paulo
Cada entrevistado pôde citar até três áreas e as mais citadas, nesta ordem, foram saúde (55%), segurança pública (37%), educação (33%), desemprego (33%), trânsito (29%), transporte coletivo (27%), abastecimento de água (21%) e poluição (17%). Os itens trânsito e transporte coletivo vêm caindo ao longo dos anos – atualmente são, respectivamente, a 5ª e a 6ª preocupação dos paulistanos;
– Nível de satisfação com aspectos, áreas e serviços de locomoção
Todos os itens estão com nota abaixo da média, que é 5,5 – numa escala de 1 a 10. O melhor avaliado é "quantidade de faixas de pedestres", que recebeu 5,3. A avaliação do transporte público é mais negativa entre os que declararam utilizar carro "todos os dias" ou "quase todos os dias" (4,1), contra 5,1 de quem "não utiliza carro". A diferença entre os dois grupos pesquisados também é grande no item "tempo gasto para se deslocar" – a nota média entre os que usam carro “todos os dias” ou “quase todos os dias” é 3,3, e de 5,2 entre os que não usam.
– Poluição
59% consideram a poluição do ar como a mais grave e 30%, a da água. No ano passado, 70% citavam a do ar como a mais grave e 18%, a da água.
Ainda sobre poluição, uma pergunta inédita apontou que 62% dos entrevistados (ou alguém que mora no mesmo domicílio) já tiveram problemas de saúde decorrentes da poluição em São Paulo;
– Tempo médio de deslocamento para atividade principal
Ficou em 1h44 – o mesmo resultado de 2014. 23% dos entrevistados levam pelo menos duas horas para ir e voltar da atividade principal e 35%, entre 1 e 2 horas. Entre os que utilizam carro todos os dias ou quase todos os dias, o tempo médio também ficou em 1h44. Já entre os que usam transporte público todos os dias ou quase todos os dias o tempo médio foi de 1h58;
– Tempo médio para realizar todos os deslocamentos na cidade
Ficou em 2h38 – em 2014 eram 2h46. 48% dos paulistanos gastam pelo menos 2 horas por dia em seus deslocamentos. Entre os que utilizam carro todos os dias ou quase todos os dias, o tempo médio ficou em 2h48. E entre os que usam transporte público todos os dias ou quase todos os dias, em 2h56;
– Posse de carro
60% têm e 40% não têm. A região da cidade com menos posse de carros é o Centro, com 46%. E a maior é a Oeste, com 67%;
– Utilização do carro de passeio
32% usam todos os dias ou quase todos; 36%, de vez em quando; 25%, raramente. Entre quem possui automóvel, o uso de todos os dias ou quase diminuiu de 56%, em 2014, para 45%, em 2015;
– Uso diário de um ou mais meios de transporte
28% dos entrevistados se locomovem a pé; 25%, de transporte coletivo; 18%, de carro; e 3%, de bicicleta;
– Disposição para deixar de usar o carro
80% dos entrevistados deixariam de usar o carro, caso houvesse uma boa alternativa de transporte. Em 2014, eram 71%;
– Transporte público coletivo
25% usam todos os dias; 19%, quase todos os dias; 34%, de vez em quando; 15%, raramente; e 6%, nunca. Quando questionados sobre o que os fariam usar o transporte público coletivo, 36% responderam "mais linhas de transporte público coletivo que cubram percursos que não cobrem atualmente"; 27%, "existência de mais e melhores corredores de ônibus, faixas exclusivas e linhas de metrô"; e 22%, "melhoria nas condições físicas do transporte público coletivo/ mais conforto";
– Avaliação do serviço de ônibus em São Paulo
As notas continuam abaixo da média, mas houve significativa melhora no percentual de notas 9 e 10 nos itens como "Limpeza, conservação e manutenção dos terminais" (passou de 5% para 13%), "Cordialidade e respeito por parte de motoristas e cobradores" (de 5% para 10%), "Limpeza, conservação e manutenção dos ônibus" (de 4% para 10%), "Tempo de duração da viagem" (de 2% para 8%), "Pontualidade" (de 2% para 7%), "Tempo de espera nos pontos de ônibus ou terminais" (2% para 5%), "Lotação dos ônibus" (1% para 4%).
Por outro lado, 59% disseram que o a lotação dos ônibus aumentou no último ano, 30% afirmaram que está igual e 8%, que diminuiu. O tempo de duração da viagem está igual para 34%, aumentou para 32% e diminuiu para 31%. O tempo de espera pelos ônibus está igual para 43%, aumentou para 30% e diminuiu para 23%;
– Sobre faixas e corredores de ônibus
90% dos entrevistados são a favor de construção de faixas e corredores de ônibus;
– Bicicletas
7% afirmaram usar bicicletas todos os dias ou quase todos os dias. Entre os que não usam, 44% afirmaram que usariam caso houvesse mais segurança; 18%, se tivesse mais sinalização nas ruas; 13%, mais ciclovias (em 2014, esse número era 26%).
Outro dado relevante: em 2007, 34% afirmavam que não usariam bicicleta em São Paulo "de jeito nenhum"; em 2014, eram 24% e, em 2015, são 13%;
– Sobre construção e ampliação de ciclovias e ciclofaixas
59% afirmaram ser favoráveis e 38%, contrários;
– Pedestres
40% afirmaram que as faixas de pedestres estão sendo "mais respeitadas"; 48%, que estão "menos respeitadas"; e 9% não perceberam mudanças. Em 2014, 33% disseram que as faixas eram "mais respeitadas" e 52%, "menos respeitadas";
– Abertura de ruas para pedestres e ciclistas
64% declararam ser a favor de "aos domingos, utilização exclusiva de ruas e avenidas, como a Avenida Paulista, para lazer e circulação de pedestres e ciclistas". 33% são contrários à medida;
– Propensão a sofrer acidentes
46% afirmaram que os motociclistas estão mais sujeitos a acidentes; 33%, que são os pedestres; 18%, os ciclistas; e 3%, os motoristas;
– Redução de velocidade nas vias da cidade
53% afirmaram ser contra as medidas de redução da velocidade nas vias de São Paulo e 43% são a favor. Entre quem utiliza carro todos os dias, 66% se declararam contra e entre quem ganha mais de 5 salários mínimos, 64%.
Confira aqui a apresentação completa da Pesquisa sobre Mobilidade Urbana 2015.
Confira a repercussão na mídia:
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