Construção de aeródromo é debatida em audiência pública

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo

Além de discutir as macrozonas no Plano Diretor Estratégico, a audiência pública desta segunda-feira (9/12), organizada pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente debateu a construção de um aeródromo no bairro de Parelheiros, Zona Sul da cidade.

André Skaf, sócio da empresa Harpia, idealizadora do aeródromo, defendeu a proposta. Ele se defendeu das acusações de que o projeto é ilegal e prejudicará o meio ambiente. “A maior parte do terreno é coberta por eucaliptos, não vegetação nativa, e o aeródromo não vai interferir nos mananciais. A nossa área tem oito nascentes e estamos desviando delas no projeto”, disse.

Do ponto de vista econômico, Skaf argumentou que o projeto criará mais de dois mil empregos diretos e seis mil indiretos. Alguns participantes da região, entretanto, defendem que Parelheiros seja uma região de agricultura orgânica e turismo. Simone Miketen, gestora do Parque Jaceguava, lembrou que a área ainda tem trechos de zona rural. “Existem ali agricultores certificados deixando de usar agrotóxicos, produzindo orgânicos. Mas tudo que se faz na zona sul é muito frágil, precisa de licenciamentos e limitações”, argumentou. “As pessoas que já moram ali precisa de dignidade, mas isso não quer dizer necessariamente shopping e asfalto”, completou.

Para o vereador Ricardo Nunes (PMDB), a preservação ambiental não pode inibir os investimentos em Parelheiros. “O turismo e a agricultura são importantes mas não comportam a demanda de emprego na região”, disse, manifestando-se favorável ao aeródromo. O vereador Goulart (PSD) também defendeu o empreendimento, além de afirmar que faltam vias para auxiliar no acesso dos turistas e no escoamento da produção agrícola.

O vereador Milton Leite (DEM) acredita que o aeródromo trará “desenvolvimento sustentável” para Parelheiros. Para ele, os ambientalistas não estão se preocupando com outras questões importantes da região. “Não adianta brigar por mananciais quando a represa está poluída por causa do esgoto que é jogado nela. A Sabesp ignora isso”, afirmou.

Já o vereador Ricardo Young (PPS) criticou o projeto do aeródromo, dizendo que ele ainda não traz uma “visão completa” para a região. “Não adianta falar apenas de mitigação, tem que trazer a visão sistêmica do impacto para toda a região. A apresentação do aeródromo mostra como vai diminuir o impacto ambiental mas não diz como vai produzir serviços ambientais e nem diz como, no tempo, a situação do adensamento no entorno do aeroporto vai ocorrer”, questionou. Young disse que ainda é cedo para definir uma posição a respeito do aeródromo, mas que esses pontos precisam ser resolvidos.

O presidente da Comissão de Política Urbana, Andrea Matarazzo (PSDB), acredita que seja possível conciliar preservação e desenvolvimento econômico. “Não é porque ali é reserva ecológica que temos que paralisar a região. É uma das áreas mais bonitas da cidade, mas só será preservada se tiver planejamento com atividade”, defendeu.

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