“Escolas da zona leste têm pior desempenho” – O Estado de S.Paulo

 

Diretoria Leste 2, que reúne 90 colégios da capital, obtém índice 0,278 em avaliação

Ocimara Balmant – O Estado de S.Paulo

ESPECIAL PARA O ESTADO

As escolas da extrema zona leste da capital têm as piores médias de desempenho de estudantes da cidade. A diretoria chamada Leste 2, que reúne 90 escolas de bairros como Itaim Paulista, Guaianases, Itaquera, Lajeado, São Miguel e Vila Curuçá, obteve 0,278 no índice de cumprimento de metas estabelecido pela Secretaria de Estado da Educação. A escala do índice vai de 0 a 1.

O índice é cerca de metade do que obteve uma área nobre da própria zona leste – bairros como Belém e Tatuapé conseguiram 0,469 – e bem abaixo da pontuação da Norte 2. Essa última diretoria congrega bairros como Jaçanã, Mandaqui e Tucuruvi, que alcançaram 0,6 – o melhor desempenho na capital. Os dados mostram que quanto mais periférico é o bairro, mais baixo é o rendimento dos estudantes (mais informações nesta página).

O cálculo do índice corresponde à soma de quanto cada uma das 5 mil escolas públicas de todo o Estado cumpriram de sua meta de desempenho (cada colégio tem uma meta específica com base na sua própria realidade), mais o adicional por qualidade, concedido às escolas que superam o que foi estipulado.

Segundo o desempenho da escola, professores e demais profissionais da educação recebem bônus. A bonificação referente aos resultados de 2010 foi paga ontem. O governo distribuiu R$ 340 milhões a cerca de 190 mil profissionais de 3.778 escolas.

Na comparação com o ano passado, porém, o número de escolas que não receberam o bônus triplicou. Em 2010, 510 colégios (9,9%) ficaram sem a bonificação. Neste ano, foram 1.474 escolas, ou 29,1% da rede pública do Estado. O valor distribuído também caiu pela metade. No ano passado, foram 655 milhões.

A queda se deve, principalmente, ao desempenho dos alunos no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) e à grande rotatividade de professores.

Interior. O pior desempenho do Estado foi observado no interior. A diretoria de ensino de Itararé, a 280 km de São Paulo, conseguiu apenas 0,190. Taquaritinga, na região de Ribeirão Preto, obteve o melhor índice no cumprimento das metas: 0,823.

"A meta torna a escola mais objetiva, mas é preciso ver se o que pedem é plausível. O problema da evasão, por exemplo, não depende só dos professores", afirma Ocimar Avelarse, da Faculdade de Educação da USP.

PARA ENTENDER

O bônus por resultado é calculado pelo governo de acordo com a evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) de cada uma das 5 mil escolas estaduais e proporcional ao resultado de cada unidade.

Se as metas são totalmente atingidas, as equipes escolares ganham o equivalente a 2,4 salários.

Se a escola atingiu 50% de sua meta, os funcionários recebem 50% do bônus (ou seja, 1,2 salário a mais) e assim consecutivamente. Para os que trabalham nas unidades que superaram a meta, o bônus pode chegar a 2,9 salários.


Compartilhe este artigo