“Famílias com filho único já são maioria nas regiões de Pinheiros e Vila Mariana” – Destak Jornal

 

Suprefeituras são as únicas da capital em que a média de número de filhos por mulher é inferior a 1,5, índice de países europeus; em toda a cidade, fecundidade está em queda

As famílias das regiões de Pinheiros e Vila Mariana são as menores da capital. Em dez anos, o número de mulheres com apenas um filho aumentou nessas áreas e as fez atingir índice de fecundidade semelhante a de muitos países europeus.

Nos bairros que englobam as subprefeituras de Pinheiros e Vila Mariana, como Itaim Bibi e Moema, o índice de filhos por mulher é de 1,3 e 1,4. Isso significa que a maioria tem apenas um filho. A mesma taxa é registrada na Itália e na Espanha, segundo estudo da Fundação Seade divulgado neste mês.

O índice de fecundidade dessas regiões também é inferior às médias da capital e do país: 1,9 e 1,95, respectivamente.

Até 1997, das 31 subprefeituras, apenas Pinheiros tinha índice abaixo de 1,5. "A tendência é de queda na cidade, mas nos surpreendeu chegar a níveis tão baixos", diz a pesquisadora Lúcia Yazaki.

Essa redução começou nos anos 60 e ganhou força a partir de 1980. Há 49 anos, o índice era de 4,7 filhos no Estado.

Em 1997, mulheres de oito regiões da capital tinham acima de 2,5 filhos. Em 2007, nenhuma subprefeitura atingiu este índice (veja o quadro).

Para a terapeuta de família Magdalena Ramos a mudança se deve a fatores econômicos e sociais. "O casal tem receio de não arcar com os custos da criação e a mulher tem priorizado a carreira." l

População da capital não vai parar de crescer


O índice de filhos pormulher vai continuar a diminuir na capital. Daqui a dez anos, a Fundação Seade estima que ele fique entre 1,6 e 1,7. No Brasil, a estimativa é de que o índice chegue a 1,5 filho em 2027, segundo o IBGE.

Mesmo assim, a população não vai parar de crescer. Hoje, a população da capital é de 10.940.311 e a taxa de crescimento anual é de 0,6% ao ano, conforme dados de 2008 da fundação.

“O saldo é positivo e a expectativa é de que continue assim por um bom tempo”, explica a pesquisadora Lúcia Yazaki.

Nos bairros ricos, mulheres adiam gravidez

A pesquisadoraRobertaLima deixou a vida profissional em ordempara só então engravidar, aos 35 anos, de Estela, hoje com 7 meses. “Planejei minha gravidez por cinco anos”, conta. Como ela, mais mulheres sãomães depois dos 30 anos, em especial nas regiõesmais ricas da capital.

Apreocupação de priorizar aformação acadêmicae acarreiraexplicaagravideztardia. Em Pinheiros e Santana/Tucuruvi, por exemplo, ataxade fecundidade entre mães de 35 e 39 anos era de 36 nascimentos pormilmulheres, emmédia, em 1997. Em 2007, a média subiu para 53.

População da capital não vai parar de crescer

O índice de filhos por mulher vai continuar a diminuir na capital. Daqui a dez anos, a Fundação Seade estima que ele fique entre 1,6 e 1,7. No Brasil, a estimativa é de que o índice chegue a 1,5 filho em 2027, segundo o IBGE.

Mesmo assim, a população não vai parar de crescer. Hoje, a população da capital é de 10.940.311 e a taxa de crescimento anual é de 0,6% ao ano, conforme dados de 2008 da fundação.

"O saldo é positivo e a expectativa é de que continue assim por um bom tempo", explica a pesquisadora Lúcia Yazaki.

Nos bairros ricos, mulheres adiam gravidez

A pesquisadora Roberta Lima deixou a vida profissional em ordem para só então engravidar, aos 35 anos, de Estela, hoje com 7 meses. "Planejei minha gravidez por cinco anos", conta. Como ela, mais mulheres são mães depois dos 30 anos, em especial nas regiões mais ricas da capital.

A preocupação de priorizar a formação acadêmica e a carreira explica a gravidez tardia. Em Pinheiros e Santana/Tucuruvi, por exemplo, a taxa de fecundidade entre mães de 35 e 39 anos era de 36 nascimentos por mil mulheres, em média, em 1997. Em 2007, a média subiu para 53.

 

Destak Jornal

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