Terminais de ônibus de SP terão bibliotecas públicas

Primeira unidade deve ser aberta em outubro em Pinheiros, na zona oeste; Outros cinco terminais fazem parte do projeto e receberão pontos de empréstimo de livros até o fim de 2015.

Por André Monteiro

Encarar fila para pegar ônibus nos terminais de São Paulo será tarefa menos árdua a partir de outubro. A demora e a lotação podem não mudar, mas o passageiro terá a chance de aproveitar o caminho para pôr a leitura em dia.

O IBL (Instituto Brasil Leitor) firmou convênio com a prefeitura para criar bibliotecas públicas em seis terminais numa primeira fase.

A prefeitura vai ceder o espaço e patrocinadores vão bancar a manutenção. A primeira unidade, no terminal Pinheiros (zona oeste), vai abrir com 2.300 livros. A previsão é que seja inaugurada em outubro, mas a data ainda depende de acertos.

Até o fim de 2015, mais cinco bibliotecas vão funcionar em terminais como Sacomã (zona sul), Cidade Tiradentes (leste) e Mercado (centro).

O convênio com a prefeitura vale por três anos. Segundo o IBL, novas bibliotecas poderão ser abertas se houver espaço e patrocínio.

O funcionamento será semelhante à iniciativa que funcionou por quase dez anos em estações do metrô, também operadas pelo instituto.

Para os empréstimos será preciso fazer cadastro com identidade, comprovante de endereço e foto 3×4 –a carteirinha ficará pronta na hora.

Os empréstimos valerão por dez dias, renováveis. O catálogo será eclético –de best-sellers como "Cinquenta Tons de Cinza" a livros de autoajuda e clássicos.

"Não temos preconceito, a ideia é ter diversidade de temas e autores. Vamos manter o acervo atualizado, receber sugestões e ir aumentando", diz Daniele Torres, gerente de projetos do IBL.

Segundo ela, a renovação será um dos diferenciais. "Nas bibliotecas públicas convencionais há certa morosidade, é preciso licitação para as compras. Nós conseguimos identificar o que está fazendo sucesso e comprar logo."

As bibliotecas do metrô faziam parte do "Embarque na Leitura", lançado em 2004 e que acabou no ano passado.

As seis bibliotecas tinham 56 mil usuários e fizeram mais de 700 mil empréstimos.

Segundo o IBL, foram fechadas por falta de patrocínio.

Daniele diz acreditar que agora será diferente. "Todo projeto que depende de financiamento está sujeito a fechar, mas hoje estamos mais maduros. Mudamos o relacionamento com patrocinadores, vamos fazer relatórios, dar mais feedback", afirma.

Cada biblioteca terá funcionamento garantido ao menos por um ano, prazo do contrato de patrocínio.

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

Compartilhe este artigo