“Transporte acessível precisa chegar nas periferias”

No dia 11 de dezembro, foram apresentados os resultados da última pesquisa da série Viver em São Paulo de 2019, no Sesc Santana. O levantamento sobre pessoas com deficiência trata da percepção da população paulistana acerca da qualidade de vida das pessoas com deficiência na cidade.

A abertura do evento foi com o espetáculo “A Não Ser”, de Giovanni Venturini. O encontro contou, ainda, com debate entre Cid Torquato, secretário Municipal da Pessoa com Deficiência, José Antônio Araújo, conselheiro Municipal de Trânsito e Transporte e membro ativo do Conselho Municipal da pessoa com deficiência, e Mila Guedes ativista e profissional que atua nas pautas de mobilidade e gênero para a Pessoa com Deficiência.

Durante a mesa, relatos das dificuldades sofridas no dia a dia por pessoas com deficiência e reivindicações voltadas para a melhoria da mobilidade foram alguns dos destaques. Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, enfatizou que o acesso é essencial para que seja possível atender outras necessidades e demandas.

José Antonio, conhecido como Toninho, chamou a atenção para o fato de que os ônibus transportam apenas um cadeirante por vez. Ao fazer algum programa que não seja individual, cadeirantes que saem com outras pessoas cadeirantes acabam indo em ônibus diferentes, exemplificou. Porém, Toninho enfatiza que transporte acessível não é o suficiente, “o transporte acessível precisa chegar nas periferias”.

Ao analisar os dados da pesquisa, Mila Guedes questionou se ainda não saímos do “modelo médico” e “avançamos para o modelo social”. O levantamento aponta que os hospitais e postos de saúde (28%) seguem como os locais que mais possibilitam às pessoas ver ou ter contato com pessoas com algum tipo de deficiência. A pesquisa revela, também, que 2 em cada 10 pessoas entrevistadas têm alguma convivência com pessoas com deficiência.

Já o secretário Cid Torquato falou sobre a importância da valorização do indivíduo e do “cuidado individualizado para refletir no protagonismo da pessoa com deficiência”.

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