Brasil é 16º em ranking sobre avanços na educação

 

Relatório leva em conta cumprimento de metas do programa Educação para Todos.
Ilhas Mauricio tiveram o maior avanço entre 2000 e 2007, de acordo com o levantamento.

O Brasil ocupa a 16ª posição no ranking dos avanços para cumprir as metas do programa Educação para Todos (EPT). Os dados estão em um relatório feito pela Campanha Global pela Educação, que iniciou, nesta terça-feira (22), a assembléia “Educação para todos em risco: a hora de agir é agora”, em São Paulo.

O índice da melhora brasileira está atrás do mexicano e à frente ao da Malásia. Ilhas Mauricio ocupam a primeira posição no ranking, Letônia está na segunda e Uruguai na terceira. O último colocado é o Haiti, na 156ª posição. Veja o relatório completo aqui (em inglês).

O relatório, que mede os avanços de 2000 a 2007 para cumprir as metas do programa, e não a qualidade da educação de cada país, usa dados do relatório Educação para Todos, publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), informações dos governos, pesquisas acadêmicas e análises internacionais.

Foram analisados seis pontos: a universalização da educação básica, o empenho político dos governos, o aumento das matrículas, a qualidade do ensino e aprendizagem, a igualdade de oportunidades e a transparência das contas públicas.

Na avaliação, o Brasil atingiu a pontuação global de 70 e o conceito B-, o que representa a 16ª posição mundial e a 7ª na América Latina. Nos itens analisados, o melhor conceito obtido pelo país, A-, foi em empenho político e o pior, D+, na transparência das contas públicas. A pior posição brasileira está na qualidade de ensino e aprendizagem, 57ª, e a melhor é no empenho político do governo, 12ª.

De acordo com o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, embora o Brasil tenha mostrado avanços em relação a 2000, a melhora na qualidade da educação ainda está muito distante.

“Nós fizemos um estudo de quanto custa uma educação de qualidade e avaliamos que são necessários investimentos na ordem de R$ 19 bilhões na educação pública básica. Estes investimentos devem ser empregados prioritariamente pelo Governo federal”, disse.

O relatório da campanha destaca que os principais desafios do governo brasileiro são expandir o ensino médio, melhorar a qualidade da educação, principalmente aumentando o número de professores, e oferecer programas de alfabetização para adultos já que muitos brasileiros não sabem ler e escrever.

A secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar, considera o resultado positivo. "O relatório é animador. É uma avaliação de um movimento social muito aguerrido, muito crítico, e significa que as políticas educacionais do Brasil estão fazendo efeito", disse.

De acordo com a secretária, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do Governo federal traz medidas de investimento na carreira de professores. "É uma determinação do ministro da Educação a criação do sistema nacional de professores. Para ter mais professores, a carreira tem que ser mais atrante e a escola, um lugar de sucesso".

Segundo o relatório, os países que apresentam os piores resultados são os que apresentam conflitos, como Somália (155ª), Haiti, Serra Leoa (129ª) e Libéria (140ª). Em muitos casos, como no Turcomenistão, Coréia do Norte e Butão, não há dados suficientes para a análise.

Todos pela educação
Os compromissos para a educação foram assinados em Dacar, no Senegal, em 2000. As metas que devem ser alcançadas até 2015 são expandir e melhorar a educação infantil; fazer com que todas as crianças tenham acesso ao ensino público; zelar pelo acesso igualitário dos jovens e adultos a programas de aprendizagem; aumentar os níveis de alfabetização de adultos em 50%; diminuir as desigualdades educacionais entre os sexos; e melhorar a qualidade da educação.

Fonte: G1 – 22/01/2008

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