Para autora, história explica a baixa criminalidade de Moema

 

DA REPORTAGEM LOCAL
Para a líder comunitária Lygia Horta, 70, autora de um livro sobre Moema, a explicação para os índices sociais favoráveis da região e as baixas estatísticas criminais começa pela história econômica do lugar.
A exemplo do Grajaú, o distrito também foi invadido por imigrantes. Mas, segundo ela, eram mão-de-obra qualificada para as indústrias que se desenvolviam em Moema nos anos 30 -entre alemães, húngaros, austríacos e romenos.
Nos anos 50, Moema não tinha a mesma infra-estrutura de bairros mais antigos. O desenvolvimento veio na década de 70, com um grande shopping e o crescimento do comércio. Vários prédios de alto padrão foram construídos.
Se Grajaú não tem nenhum parque, Moema possui um cartão-postal de São Paulo: o parque Ibirapuera. O distrito tem teatro, museus e cinema.
Para Lygia, presidente da AMAM (Associação dos Moradores e Amigos de Moema), a explicação para os baixos índices de violência está na segurança privada, e não na pública. "Todos os prédios têm segurança. Ficam nas ruas. Eu nem vejo viaturas [da polícia] passarem por aqui", disse a líder comunitária.
Segundo ela, o alto nível de escolaridade do distrito também ajuda a explicar o baixo número de conflitos violentos entre os moradores. "Aqui não há ameaças entre vizinhos."
O subprefeito da Vila Mariana, Fábio Lepique, salienta um fenômeno contrário ao do Grajaú. Em Moema, a população está diminuindo. "Aqui, as famílias estão cada vez menores", explica Lepique.
Muitas vezes, segundo o subprefeito, Moema parece uma cidade do interior. "Eles têm uma organização comunitária invejável", diz. "São críticos, sabem exigir. Nos procuram para pedir, mas também para oferecer ajuda."

Fonte: Folha de S.Paulo – 02/12/2007

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