Fonte: Folha de S.Paulo
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Diante do novo recorde de congestionamento em São Paulo, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente deve repaginar o Transporte Solidário, aposentado há dez anos. Trata-se de um site seguro onde os motoristas podem cadastrar origem, destino, horários, hábitos -como "fumante"- e combinar caronas regulares.
O programa, criado em 1997 com o rodízio, ficou sem verba em 1998, quando o rodízio foi municipalizado. Na época, a internet não era tão difundida e empresas, escolas e condomínios interessados deviam baixar um software para que funcionários, pais de alunos ou vizinhos fizessem os seus cadastros na página.
De acordo com a autora do projeto, Maria de Lourdes Rocha Freire, foram feitos 30 mil downloads. Hoje, ela é coordenadora de Educação Ambiental da mesma pasta e pretende relançar o programa modernizado. Mas ainda não há prazo para o início. "Agora, temos recursos e acesso para alcançar muito mais gente", disse ela.
Ontem, ela apresentou a proposta. "Observando-se as filas de automóveis, vê-se que é um congestionamento de bancos vazios", escreveu a superiores e a parceiros.
Segundo Maria de Lourdes, o projeto de educação não corre o mesmo risco do de 1997. "A educação ambiental tem verba por decreto, não corremos o risco de perder de um ano para o outro", afirmou.
O consultor em transportes Adriano Branco diz acreditar que o Transporte Solidário "não resolve", mas atenua o problema do congestionamento. "Antes, as pessoas não se importavam com isso. Cada um queria resolver o seu problema, mas agora o trânsito chegou a um ponto em que idéias assim estão sendo mais aceitas."
Para ele, a solução é o investimento em transporte público, que levará mais tempo. "Isto para médio prazo, mas o problema é emergencial, então, tudo vale", disse Branco.
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