Implantação do novo sistema deverá ocorrer até julho, segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos
Passageiros poderão usá-las de graça por um período estimado de até 30 minutos e terão de pagar aluguel para mantê-las por mais tempo
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os passageiros do metrô de São Paulo terão bicicletas à disposição em algumas estações do centro e da avenida Paulista.
Eles poderão utilizá-las de graça por um período curto -estimado entre 20 e 30 minutos- e terão de pagar uma tarifa de aluguel para mantê-las por mais tempo.
A proposta, inspirada numa integração bicicleta-transporte coletivo já difundida em Paris, foi acertada ontem por meio de uma parceria entre Estado, prefeitura e iniciativa privada. Os detalhes devem ser definidos dentro de duas semanas.
O objetivo, nas palavras do secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, é incentivar os deslocamentos de bicicleta em pequenos trajetos da capital paulista e ajudar a descongestionar a rede de metrô na região central.
Com a medida, a expectativa é que parte dos passageiros possa evitar alguns trechos menores às vezes superlotados na malha sobre trilhos, com a opção de pegar a bicicleta e deixá-la em outras estações ou em alguns pontos de entrega.
Portella afirma que a implantação do novo sistema deverá ocorrer até julho deste ano.
O financiamento das bicicletas e a instalação de estruturas nas estações ficará inicialmente a cargo da seguradora Porto Seguro -em troca da visibilidade da marca em bicicletas e estacionamentos-, mas outras empresas interessadas devem ser aceitas.
Para ter acesso às bicicletas, os usuários deverão se cadastrar para obter um cartão de integração com a rede do metrô.
Além do metrô e da seguradora (que já tem um programa de oferta de bicicletas em alguns estacionamentos), a reunião que acertou parte do projeto ontem teve a participação da prefeitura -incluindo Eduardo Jorge, secretário de Verde e Meio Ambiente.
Equipes ligadas à Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e à Lei Cidade Limpa, que restringe a propaganda nas ruas, também estiveram no encontro para ajudar a definir as restrições legais.
Até maio, serão detalhadas as estações que terão as bicicletas, a quantidade delas à disposição, o tempo de gratuidade e a tarifa do aluguel.
O governo estadual começou a permitir no ano passado que ciclistas pudessem transportar suas bicicletas em trens do metrô e da CPTM, mas somente aos sábados (das 15h às 20h), domingos e feriados (das 7h às 20h) -e com embarque sempre no último vagão.
Há outros metrôs no mundo onde essa liberação já existe há anos e vale até em dias úteis.
Em alguns lugares da Europa a utilização de bicicletas vive um boom de usuários, até como alternativa ao uso do carro.
Em São Paulo e no Brasil, muitos técnicos criticam a falta de infra-estrutura e facilidades para esse tipo de transporte (como ciclovias e bicicletários).
Segundo dados do Ministério das Cidades, existem no país 60 milhões de bicicletas -uma para cada três habitantes. Mas elas são usadas só em 2,7% dos deslocamentos.
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