Fonte: Publimetro
Ação do Ministério Público tenta barrar megaempreendimento
A SUSPEITA de crime ambiental pode impedir a construção de um condomínio de luxo na região de Santo Amaro (zona sul), o Chácara Europa, com imóveis que custam R$ 3,5 milhões.
O promotor de Justiça Luis Roberto Proença entrou na quinta-feira passada com uma ação civil pública para impedir a derrubada de centenas de árvores no bairro do Alto da Boa Vista.
O local, segundo o Ministério Público, é patrimônio ambiental, com espécies características de mata atlântica, algumas delas ameaçadas de extinção. O promotor acusa a prefeitura de cometer irregularidades ao autorizar a obra para a construtora e incorporadora Inpar.
A prefeitura paulistana autorizou o empreendimento, com a condição de que houvesse a compensação de possíveis danos ambientais, o que não teria sido feito.
“A Inpar não só não reparou até o presente o dano ambiental causado naquela ocasião, como também o aprofundou, com a obtenção fraudulenta de licença municipal para desmembrar a gleba em quatro lotes, onde tinha a intenção de edificar o conjunto de casas, e com a obtenção, também ilícita, de autorizações do Estado e do município de São Paulo para o corte e transplante de centenas de árvores”, afirma Proença.
Procurada, a prefeitura informou que não irá se manifestar porque ainda não foi citada.
Imóveis avançam sobre áreas verdes
O “boom” do setor imobiliário tem levado as construtoras a estenderem seus projetos sobre o que resta de áreas verdes na cidade.
Um exemplo foi a construtora Camargo Corrêa, que teve um projeto no parque da Aclimação barrado pelo Conpresp (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de São Paulo). O órgão tenta agora aprovar o tombamento do parque Piqueri (zona leste da cidade) para evitar mais desmatamentos.