Anfavea entra no debate do trânsito

 

Fonte: O Estado de S.Paulo

Não é só o aumento de carros nas ruas que provoca congestionamentos, mas a falta de transporte de massa, de planejamento urbano e engenharia de trânsito, afirma o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider. Segundo ele, os dirigentes da indústria automobilística não são especialistas em tráfego viário, mas querem contribuir com o debate sobre soluções estruturais para a falta de mobilidade nos grandes municípios.

Além de um seminário que deve ser realizado em junho, a entidade promoverá, no segundo semestre, ciclos de debate com especialistas e também criará um prêmio especial para estudos acadêmicos sobre mobilidade e meio ambiente. Para Schneider, a questão da mobilidade passa pela competitividade da economia das grandes metrópoles, pois pode ser fator na decisão de investimentos.

Algumas das medidas a serem apresentadas já são de conhecimento das autoridades brasileiras, como a inspeção veicular para todos os veículos. “A solução não depende de um agente só, mas de um conjunto de ações que envolve vários atores, públicos e privados”, diz Schneider.

Para ele, o consumidor é o que deve ser mais preservado nessas questões. “Não seria justo impedir um consumidor de adquirir um bem como o automóvel ou escolher para quem podemos vender, se para um consumidor da capital paulista ou de uma região com menos trânsito.”

Ele ressalta que o maior número de veículos em circulação é resultado do crescimento da economia e lembra que o setor contribui com cerca de R$ 26 bilhões por ano em impostos. Parte do dinheiro, afirma, poderia ser revertido em ações para a melhora da mobilidade. O próprio consumidor recolhe impostos desde a compra do carro até o fim da vida útil do veículo, seja, em combustível, seguro, manutenção.

Em defesa da indústria, Schneider afirma que metade da produção brasileira é de carros pequenos, alternativa hoje defendida em países como os Estados Unidos. Também lembra que os carros novos hoje emitem 20 vezes menos CO2 que os veículos dos anos 80. A tecnologia do carro flex também é alternativa aos combustíveis poluentes.

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