Trinta árvores já haviam sido removidas para construção de alça de acesso que passaria dentro do parque
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu ontem as obras para a construção de uma rua que passaria dentro do parque do Ibirapuera, ligando as avenidas Pedro Álvares Cabral e Quarto Centenário.
A alça de acesso já existia e foi fechada em 2004. No lugar, foram plantadas árvores.
A liminar do desembargador Samuel Júnior, da 1ª Câmara Ambiental, determina que as obras sejam paralisadas até o julgamento de uma ação movida pela Sojal (Sociedade dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia). A associação diz que a reabertura contraria o Plano Diretor da cidade.
Não há prazo previsto para a realização do julgamento.
O Plano Diretor apresenta duas versões contraditórias: o texto afirma que a via deve ser mantida, mas um mapa diz que ela deve ficar fechada.
Para o professor de urbanismo da USP Cândido Malta, o mapa é o correto, já que uma decisão da prefeitura de 2004 resolveu fechar a via, para compensar os prejuízos ambientais causados pela construção do auditório do Ibirapuera.
O urbanista, que é coordenador-técnico de um projeto do governo estadual para melhorar o sistema viário da cidade, diz que a abertura da rua dificilmente resolveria o problema. "A Quarto Centenário já é uma via coletora, que não tem capacidade para mais carros", diz.
A prefeitura, por sua vez, afirma que a versão correta é a do texto. "Quando há contradição entre o texto escrito da lei e o mapa, o que prevalece é o texto escrito", diz o secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura, Ricardo Dias Leme.
A reabertura da alça, para Leme, melhoraria o acesso das pessoas ao parque e ajudaria a diminuir congestionamentos.
Árvores mortas
As obras para a reabertura da via começaram há cerca de 15 dias, com a remoção de 30 árvores. Grades do parque foram retiradas anteontem. As 30 árvores tiveram que ser replantadas dentro do Ibirapuera.
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