Debate expõe problemas e vantagens do Metrô

 


Renato Sanchez – Projeto Repórter do Futuro

Com 61,3km de linhas operando e 30km em obras de expansão, São Paulo tem hoje o maior sistema de metrô do Brasil. Apontado como grande solução para a crise da mobilidade urbana na maior metrópole do país, o metrô paulistano tem ainda proporções tímidas se comparado aos de grandes cidades como Londres (408km de linhas) e Nova Iorque (369km).

Os problemas enfrentados pelo Metrô e suas vantagens como alternativa de transporte foram temas abordados no debate “São Paulo vai parar?”, na abertura do 1º Fórum do Movimento Nossa São Paulo. Entre os debatedores, representantes de sindicatos, administração pública municipal e estadual, pedestres, taxistas e ciclistas.

Para Wagner Gomes, presidente do Sindicato dos Metroviários, São Paulo deveria ter no mínimo 300km de linhas. De acordo com ele, faltam investimentos em expansão desde meados da década de 90, com as gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin. Ele critica também a política de enxugamento de pessoal: “Em 1990, éramos 11 funcionários para 1,5 milhão de usuários. Hoje, temos 7 mil pessoas atendendo 3 milhões de passageiros. Não há reposição dos servidores aposentados e licenciados. Isso se reflete na manutenção dos trens, na maior freqüência de panes e, portanto, em incômodos e transtornos para o usuário”, afirma Gomes.

Gomes criticou também a expansão do metrô por meio de parcerias público-privadas, como vem acontecendo nas novas estações da Linha Verde e nas futuras estações da Linha Amarela.  Para ele, a falta de transparência na condução da licitação é “responsável por tragédias como a ocorrida no início de 2007, nas obras da Estação Pinheiros”. No episódio, a rua vizinha à estação cedeu e sete pessoas morreram soterradas.

Para Kátia Vespucci, representante da Companhia de Engenharia de Tráfego, o Metrô seria a melhor solução por não competir com automóveis no uso do solo, como ocorre com os ônibus. “Além disso, o fato de não ter cruzamentos confere aos trens uma velocidade média muito superior à dos automóveis e coletivos”, diz.


 

Compartilhe este artigo