No próximo dia 1° de junho, às 13h, o paulistano está convidado a participar do Abraço Guarapiranga 2008, evento aberto a todos e que pretende reunir os moradores da cidade e consumidores de água em defesa da represa. O abraço é uma forma de a população manifestar o carinho pela centenária represa, protestar pela situação de degradação do manancial e pressionar por mudanças que garantam a preservação das fontes de água da cidade. A pressão tem gerado resultados. Nos últimos meses, a prefeitura de São Paulo criou diversos parques na orla da represa e derrubou muros que impediam avistar a represa. A revitalização e transformação da orla da Guarapiranga em um espaço de lazer para os moradores significa uma represa mais limpa e bem-cuidada.
A terceira edição do Abraço Guarapiranga, marcada para ocorrer no Parque Ecológico da Guarapiranga, Solo Sagrado e Barragem da Guarapiranga abre as comemorações da Semana do Meio Ambiente, e contará com atrações para toda a família. Além do Abraço, a programação, das 9h30 às 17h30, inclui shows, oficinas artísticas e educativas, caminhada, expedição fotográfica, velejada, recreação e praça de alimentação. A programação completa do evento, mapas de como chegar e demais informações de cada um dos pontos do abraço, está disponível no site www.mananciais.org.br/abraco2008.
Manancial ameaçado
A Represa de Guarapiranga abastece 3,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo e é o mais ameaçado entre os mananciais que fornecem água para a maior metrópole do País. A bacia hidrográfica está ocupada de forma desordenada e apresenta em muitas áreas alta densidade populacional. A população que vive ao redor da represa é estimada em 800 mil pessoas, sendo que a metade conta com algum sistema de coleta de esgotos. Mesmo o esgoto coletado continua sendo despejado na represa, fazendo com que a qualidade das águas dos rios e a da própria represa piorem a cada a ano. A Guarapiranga sofre ainda com o assoreamento das margens, diminuição do espelho d´água, desmatamento e uso intensivo do solo, problemas agravados pela construção do Trecho Sul do Rodoanel.
Para o Instituto Sócio Ambiental, a reversão do quadro de degradação da represa depende do envolvimento permanente de diferentes segmentos do governo e da sociedade em ações integradas e efetivas, que valorizem e protejam a produção de água para o abastecimento público. O papel do cidadão, consumidor de água, passa por usar o recurso de forma racional e pressionar o poder público para que assuma responsabilidades e invista em ações de recuperação e proteção do manancial.
