“Moradores da Lapa vão ao MPE contra destombamento” – O Estado de S.Paulo

 

Conpresp pode descongelar hoje área de 1,5 mi de m² na zona oeste

O Movimento Defenda São Paulo e outras entidades que representam moradores da região da Lapa, na zona oeste da capital, pediram ontem à Promotoria do Meio Ambiente que suspenda a votação, marcada para hoje no Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico (Conpresp), que pode excluir 21 imóveis do bairro de um processo de tombamento em andamento desde 2004. O projeto, se aprovado, "descongela" uma área de 1,5 milhão de metros quadrados cobiçada pelo mercado imobiliário.

Para o Departamento do Patrimônio Histórico, os 21 imóveis, a maior parte galpões e sobrados da primeira metade do século 20 abandonados, não têm valor histórico e só contribuem para a deterioração da parte baixa da Lapa, às margens da linha férrea.

Ros Mari Zenha, porém, do Defenda São Paulo e integrante do Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Municipal do Verde, diz que 31 audiências antecederam a indicação dos 21 imóveis que entraram em processo de tombamento. "Acontece agora que a Lapa é a bola da vez do mercado imobiliário. E o que as empreiteiras querem é promover a verticalização de um bairro com trânsito já saturado", diz Ros Mari.

A Promotoria deve se manifestar hoje sobre a votação no Conpresp. Dentro do conselho, alguns representantes já estudam adiar a votação e pedir a apreciação da exclusão dos imóveis de forma individual, segundo apurou a reportagem.

Entre os imóveis que podem ser excluídos do tombamento, estão os galpões símbolos da cultura cafeeira, como os das Ruas Coroados e Faustolo. O secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, defendeu a exclusão dos imóveis. "A cidade não pode ficar imobilizada."

O projeto de tombamento do Alto da Lapa e da Bela Aliança, as partes nobres do bairro, marcado para ser votado hoje, deve enfrentar menos resistência, por contar com o apoio dos moradores e urbanistas.

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