Sem consenso entre os representantes do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico de São Paulo (Conpresp), as resoluções que previam o tombamento do Alto da Lapa, na zona oeste, e a exclusão de 21 imóveis de um processo de tombamento em andamento desde 2004 não foram votadas ontem. Antes da decisão final sobre os 21 imóveis, ficou decidido que uma equipe de técnicos do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) vai realizar vistorias nos locais, a maior parte galpões e sobrados da primeira metade da década de 50 localizados às margens da linha férrea.
Já o tombamento da região conhecida como City Lapa, que engloba ainda o bairro da Bela Aliança, deve ocorrer nas próximas semanas e conta com o apoio de urbanistas e da maior parte dos moradores. Os dois projetos devem voltar à discussão no Conpresp na próxima terça-feira. O recuo na votação da exclusão dos imóveis do processo de tombamento ocorreu um dia após entidades de moradores procurarem o Ministério Público para questionar a validade jurídica da decisão. Para o Movimento Defenda São Paulo, essa medida resultaria na verticalização de um espaço de 1,5 milhão de m², como revelou o Estado no domingo.
Para o governo municipal e especialistas, contudo, a exclusão dos 21 imóveis ajudaria na reurbanização da parte degradada da Lapa, onde o adensamento populacional ainda é baixo. A área onde estão os galpões, em ruas como a Faustolo e a Coroados, é cobiçada hoje pelo mercado imobiliário. O Defenda São Paulo considera que novos empreendimentos ao longo da linha férrea vão complicar ainda mais o trânsito de um bairro com ruas estreitas, onde já é difícil a circulação de ônibus coletivos, principalmente nos fins de tarde.
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