Fórum realiza debate sobre educação infantil

Um candidato a prefeito e três representantes participaram do encontro, no qual o tema foi o déficit de vagas em creches e pré-escolas na cidade

Foto: Airton Goes

Foto: Airton Goes

Nesta quarta-feira (24/9), o Fórum de Discussão sobre a Educação Infantil no Município de São Paulo debateu com um candidato a prefeito e três representantes de candidatos a demanda reprimida por creches e EMEIs, especialmente na periferia da cidade. O encontro foi realizado no Salão Nobre da Câmara Municipal.

De acordo com os números divulgados pelo Movimento Creche para Todos, integrante do fórum, existem 110 mil crianças de zero a três anos não atendidas pelas creches e 48 mil de quatro a cinco anos fora das EMEIs. 

No debate, o candidato Renato Reichmann (PMN) afirmou que tem como meta zerar o número de crianças fora das creches. “Sei que é difícil, mas não impossível”, ressaltou. Sua proposta é que a prefeitura contrate mães nas próprias comunidades para cuidar das crianças.

Luci Junqueira, representante da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), destacou que o prefeito ou prefeita eleita, independentemente de quem seja, terá que acabar com o déficit no ensino infantil para crianças de quatro a cinco anos. “Agora, é lei. Trata-se de uma obrigação da poder público universalizar a pré-escola.” Para ela, o desafio maior será resolver o problema dos pequenos na faixa de zero a três anos. “Creche é um direito da população, mas ainda não é uma obrigação do Estado.”

Já a ex-secretária municipal da Educação, Cida Perez, garantiu que a prioridade da candidata Marta Suplicy (PT) será o atendimento da demanda reprimida. “Entretanto, não conseguiremos atender esse grande número de crianças só com a construção de novas unidades. Vamos ter que lançar mão de outras medidas para poder avançar.” A ex-secretária disse que não é possível estabelecer metas de creches e EMEIs para o próximo ano, sem saber o valor do orçamento que virá para a área.

O representante da candidata Sonia Francine (PPS), Cláudio Fonseca, também ressaltou que a saída para a falta de vagas no ensino infantil é bastante complexa. “Até para efeito educativo da população, nós precisamos apontar os limites”. Segundo ele, não é fácil encontrar áreas para construir os equipamentos nas regiões onde há falta de vagas.

Mais de 120 pessoas, a maior parte jovens, participaram do encontro. Integrantes da Associação Casa dos Meninos e do Instituto de Cidadania Padre Josimo Tavares, da periferia da Zona Sul da capital, compareceram ao debate com bonecos de plástico no colo, simbolizando as crianças sem vagas nos equipamentos públicos.

O Fórum de Discussão sobre a Educação Infantil é formado por diversas entidades que compõem o Movimento Creche para Todos e por duas comissões extraordinárias permanentes da Câmara: a de Defesa dos Direitos Humanos e a de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude. 

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