Na Colômbia, uma rede de 5 cidades


Mudança na Constituição permite o acompanhamento e a cobrança de metas

Na Colômbia, onde nasceu em 1997 o Bogotá Como Vamos, cinco movimentos se interligam através de uma rede. Depois de Bogotá, surgiram organizações em Barranquilla, Cáli, Cartagena e Medellín. Com o respaldo da Constituição colombiana — que foi mudada, passando a determinar que os prefeitos se comprometam com um plano de governo —, os movimentos de cidadania acompanham a gestão e cobram metas. Segundo Carlos Córdoba, do Bogotá Como Vamos, na capital os números refletem melhorias nas áreas de educação, saúde e segurança pública:

— Há 15 anos tínhamos uma taxa de homicídios de 84 casos por cem mil habitantes. Hoje, estamos em 18. A meta é chegarmos a 12 por cem mil — conta ele, que participou do primeiro Fórum Nossa São Paulo.

Córdoba explica que o Bogotá Como Vamos foi criado essencialmente por empresários: a Casa Editorial El Tiempo (que edita o principal jornal do país), a Fundação Corona e a Câmara de Comércio de Bogotá.

— Somos um grupo interessado em monitorar a qualidade de vida, sem tendências políticas. Hoje, os candidatos sabem que tem alguém acompanhando as propostas. Por isso, eles têm que ser mais objetivos.

Moradora: sensação de viver num lugar mais seguro

Também tendo como base instituições empresariais, em Medellín o movimento foi criado há três anos. A cidade é mais uma onde a taxa de homicídios caiu:

— Medellín era conhecida como uma das cidades mais violentas, com alta taxa de homicídios: 60 por cem mil. Terminamos 2007 com 28 por cem mil. A sensação dos cidadãos é de que vivemos num lugar muito mais seguro. Isso tem feito com que haja uma apropriação dos espaços públicos por parte dos cidadãos. A gente sai à noite, compartilha com amigos e a família — diz Piedad Restrepo, do Medellín Como Vamos.

Piedad enfatiza a importância da integração entre cidades:

— O avanço de algumas cidades pode ser exemplo para outras — diz ela, que esteve em São Paulo.

Uma posição compartilhada por Lake Sagaris, do Movimento Cidade Viva, de Santiago, no Chile, outra participante do fórum:

— As experiências são muito diversas, mas os problemas têm raízes comuns. Se pudermos saber das diversas experiências e enfrentar os problemas juntos, daqui a alguns anos as cidades vão ser tudo o que podem e que devem ser, porque são lugares com uma riqueza grande, às vezes escondida.

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