“Estudo aponta prejuízo ao ambiente sem troca de diesel” – Folha de S.Paulo


Se troca demorar, danos podem durar por toda vida útil do veículo não-adaptado

Dados apontados em estudo deverão ser usados pelo Ministério Público Federal para discutir acordos com as montadoras e com a Petrobras

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a chegada do diesel mais limpo ao mercado atrasar três anos, os prejuízos ao meio ambiente deverão perdurar por toda a vida útil do veículo não-adaptado que entrar em circulação nesse período.

A afirmação é do engenheiro André Ferreira, do Instituto de Energia e Meio Ambiente. A entidade fez um estudo, a pedido do Ministério do Meio Ambiente, sobre as implicações do descumprimento da resolução 315 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

No trabalho, é feita a estimativa das emissões de poluentes que deixarão de ser evitadas caso a medida entre em vigor somente em 2012.

Os dados do estudo devem ser usados nas reuniões que o Ministério Público Federal terá com montadoras e Petrobras para definir como as empresas deverão compensar o atraso na adoção do diesel mais limpo.

Diferentemente do que ocorre em casos de construções que derrubam a mata, a compensação, segundo Ferreira, não deve se dar com plantio de árvores.

"Temos que pensar em medidas bancadas pelas montadoras e a Petrobras que abatam as emissões [de poluentes] no mesmo nível." Essa compensação poderá vir a ser exigida pela Justiça ou ser definida em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o Ministério Público Federal.

Uma das propostas feitas pela Anfavea e Petrobras é executar programas de regulagem de motores nos ônibus de cidades como São Paulo e Rio, por exemplo. "Enquanto os veículos do período do atraso estiverem rodando, precisa ser feita a compensação", disse Ferreira.

Segundo o Sindicam (sindicato dos transportadores rodoviários de SP), a maior parte dos caminhões circula, em média, até os 17 anos. "O ideal é que o caminhão rode até os sete anos, mas temos veículo de 30 anos rodando", diz o presidente do sindicato, Norival Silva.

Em São Paulo, os ônibus urbanos não podem ter mais de dez anos, o que não é seguido no interior. (AFRA BALAZINA)

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