“Saída pelo meio” – Cristiana Lôbo no G1

 

O ministro Carlos Minc está buscando uma saída intermediária para um impasse que envolve a área ambiental com os fabricantes de caminhões e ônibus a diesel e a Petrobras que produz o combustível por causa do nível de emissão de dióxido de enxofre no diesel utilizado no país.

Resolução do Conama determina que em janeiro de 2009, o diesel urbano deveria ser o S-50, ante ao atual de S-500 -, reduzindo, portanto, em dez vezes o grau de poluição provocada pelo uso de caminhões, ônibus e vans nos grandes centros urbanos. Só que nem as montadoras desenvolveram tecnologia para produzir os novos motores adaptados a esta exigência, nem a Petrobras começou a frabricar o combustível menos poluente. Tampouco a Agência Nacional de Petróleo (ANP) acompanhou e advertiu as partes da necessidade de cumprimento de tal resolução.

Carlos Minc disse há pouco que no próximo dia 26 vai apresentar uma proposta intermediária aos envolvidos. Seria a seguinte: ao mesmo tempo em que atrasa o cumprimento da exigência no Conama, o Brasil saltaria do atual S-500 para o combustível S-10 – tal como acontece hoje na Europa, bem menos poluente, dentro do prazo de trinta meses. Enquanto isso, a Anfavea terá de regular os motores dos veículos que estão em uso para que eles sejam menos poluentes. E a Petrobras seria obrigada a importar o diesel S-50 para abastecer as chamadas frotas cativas nas 9 grandes cidades brasileiras.

– Eu tinha duas alternativas: apenas adiar o cumprimento da exigência do Conama, o que é inaceitável porque ninguém trabalhou nestes três anos para se preparar para cumpri-la; ou, então, importaria todo o combustível necessário, demitiríamos 8,5 mil trabalhadores das montadoras e faríamos cumprir a resolução na raça. Estou buscando, então, o caminho do meio – disse Carlos Minc.

No Ministério do Meio Ambiente já foram feitas duas reuniões com as partes envolvidas e não se chegou a uma conclusão. Quanto mais um acordo atrasa, mas tempo tudo fica como está – com o uso de diesel urbano de 500 ppm (parte por milhão) nas capitais. No interior do país, o diesel utilizado é de 2.000 ppm – portanto, ainda mais poluente.

 

 

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