Com verba prevista de 10,5 milhões, começará a ser construído no próximo ano o Centro Olímpico da Zona Leste, na Cidade Tiradentes. Do valor orçado, R$ 1,5 milhão virá do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad) e R$ 9 milhões da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação. As informações foram dadas pelo titular da pasta, Walter Feldman, durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (13/11), na câmara de vereadores de São Paulo. Na sessão, destinada a debater a proposta orçamentária da prefeitura para 2009, também foram ouvidos os secretários do Trabalho e de Relações Internacionais.
Feldman explicou que o Centro Olímpico da Zona Leste será construído em módulos, para que haja uma ocupação progressiva do espaço. “A primeira fase do projeto deverá ser entregue até meados de 2010.” De acordo com o secretário de Esportes, o custo total da obra ficará entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões e a idéia é estabelecer parcerias com os governos federal e estadual, que também entrariam com recursos.
Ele destacou que outra meta da próxima gestão é implantar 500 Clubes Escolas na cidade até 2012. Alguns desses equipamentos já estão em funcionamento, atendendo alunos de escolas da rede municipal e estadual, bem como outros segmentos da população, em atividades de esporte, cultura, inclusão digital e lazer.
“Vamos implantar os Clubes Escolas prioritariamente nos nossos equipamentos esportivos [da prefeitura], mas também em espaços da sociedade civil e do Estado, onde for possível”, diz o secretário, cuja pasta tem orçamento previsto para o próximo ano de R$ 188,8 milhões.
O vereador Paulo Frange (PTB) perguntou a Feldman se a secretaria tem algum projeto visando preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. “Não aplicaremos nenhum recurso público [para o evento]”, respondeu o representante do Executivo. A reforma do estádio do Morumbi e das imediações ficará a cargo do São Paulo Futebol Clube e da iniciativa privada. “A tarefa do poder público é levar o metrô até lá.”
Ao final dos debates, o secretário concedeu uma rápida entrevista aos jornalistas, onde respondeu diversas perguntas. Sobre a possibilidade de ir para outra secretaria, tendo em vista que o prefeito havia declarado que ele poderia escolher, afirmou – “quando o prefeito, de forma elegante, afirma isso me coloca numa situação difícil. Como posso escolher uma secretaria que já tem um titular? Eu não posso escolher, o prefeito tem que me convocar”.
“O senhor pensa em ser prefeito?”, indagou um repórter. “Eu nunca escondi isso. Porém, nunca dependerá de minha vontade pessoal”, foi a resposta. Voltando a falar sobre a possibilidade de ir para outra secretaria, que lhe daria maior visibilidade política, Feldman fez uma declaração significativa: “O prefeito eleito do Rio de Janeiro era secretário de Esportes”.
Secretaria do Trabalho prevê recursos para o Programa Projovem
No debate sobre a proposta orçamentária da Secretaria do Trabalho, o titular da pasta, Nelson Hervey Costa, afirmou que parte dos recursos, de R$ 64,7 milhões, previstos na rubrica Aperfeiçoamento do Trabalhador, destina-se à parceria no âmbito do Programa Integrado de Juventude (Projovem). O programa é vinculado à Secretaria Nacional da Juventude, do governo Federal, e está sendo reformulado.
A informação evidenciou que há divergência de opinião sobre o tema dentro do governo Kassab, pois na audiência pública de segunda-feira (10/11) o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, anunciou que sua pasta não dará continuidade ao Projovem. Ele argumentou que “o programa não foi atrativo para a cidade de São Paulo”. Na ocasião, o vereador Paulo Fiorilo (PT), questionou o fato de a prefeitura estar abrindo mão de R$ 80 milhões do governo federal que poderiam ser investidos nos jovens paulistanos.
Questionado sobre a diferença de visão entre as duas pastas, o secretário do Trabalho procurou esclarecer: “O que eu disse é que no contexto do arco de programas, tem que ser analisado o que é interessante para a nossa cidade. O importante é o município ter o suporte orçamentário para implementá-los.” O orçamento previsto para a secretaria em 2008 é de R$ 131,2 milhões.
O secretário-adjunto de Relações Internacionais, Flávio Goldman, também participou da audiência pública convocada pela Comissão de Finanças e Orçamento, para explicar como serão gastos os R$ 8,7 milhões previstos para a pasta.
REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br
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