Representantes da sociedade civil questionam secretário da Saúde em duas audiências

 

Foto: Airton GoesFoto: Airton Goes

 Fotos: Airton Goes

 

Representante do Movimento Nossa São Paulo pergunta se secretaria fará levantamento sobre os custos gerados à rede de saúde pela poluição do diesel 

O secretário municipal de Saúde, Januario Montone, compareceu a duas audiências públicas consecutivas na Câmara Municipal. A primeira foi realizada terça-feira (18/11), na Comissão de Finanças e Orçamento, e a segunda ocorreu nesta quarta-feira (19/11), na Comissão de Saúde. Em ambas, foi grande o número de representantes da sociedade civil que fizeram perguntas e apresentaram demandas e sugestões ao representante do Executivo.

Na primeira audiência, Mario Maia Bracco, coordenador do Grupo de Trabalho Saúde do Movimento Nossa São Paulo, questionou Montone sobre o acordo entre Ministério Público, ANP (Agência Nacional de Petróleo), Petrobras e montadoras de veículos. “Somente na cidade de São Paulo 3 mil pessoas perdem a vida em função do alto teor de enxofre no diesel. Gostaria de saber se a secretaria fará um acompanhamento dos custos [ao serviço público de saúde] das doenças causadas pelo combustível."

Em resposta, Montone afirmou – “temos uma parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que está mais envolvida com o tema, para monitorar essa questão do diesel”. O secretário revelou, entretanto, estar mais preocupado com o problema do saneamento básico. “Além dessa questão [do diesel], temos que começar a discutir o problema do saneamento. Se a região metropolitana continuar jogando toneladas de esgotos no rio, com os problemas que isso acarreta também para a saúde da população, vamos continuar enxugando gelo”, argumentou.

Bracco aproveitou a oportunidade para colocar à disposição do secretário as mais de 200 propostas para a área, que foram apresentadas pela sociedade civil no 1º Fórum Nossa São Paulo, realizado em maio passado.

Dirigentes sindicais do funcionalismo participaram das audiências para cobrar de Montone o cumprimento da Emenda Constitucional nº 51, que prevê a contratação direta pela prefeitura dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemia. “Precisamos acabar com a terceirização na área da saúde”, defendeu Ana Rosa Garcia da Costa, diretora de Assuntos Jurídicos do Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de São Paulo). Ela reivindicou também a previsão orçamentária do reajuste salarial e a revisão dos planos de cargos, carreiras e salários dos servidores.

Integrantes de movimento populares de saúde e lideranças comunitárias, por sua vez, reclamaram do atendimento aos usuários do SUS e apresentaram diversas demandas localizadas, tais como a construção de unidades de saúde.

Em sua resposta, o secretário defendeu o modelo de parceria com as OSs (organizações sociais). Porém, afirmou que a pasta pretende continuar valorizando o funcionário público municipal. Em relação às reivindicações de equipamentos de saúde, informou que irá encaminhá-las para análise.

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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