Estudo mostra que índices de não-aprovação aumentaram em todas as áreas das 31 subprefeituras, no ensino médio e no fundamental
Situação é mais grave no ensino médio, em que 11 regiões mais do que dobraram as taxas de não-aprovação; na Sé, piora foi 162%
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Levando-se em conta a divisão administrativa de São Paulo, a reprovação e a evasão de alunos cresceram em todas as 31 áreas de subprefeituras, tanto no ensino fundamental como no médio. Os dados abrangem escolas públicas -inclusive federais- e privadas.
Estudo da Comissão Municipal de Direitos Humanos divulgado ontem, com base nos Censos Escolares de 2005 e 2006, mostra que, em algumas regiões de subprefeituras, o índice de não-aprovação (reprovações mais evasões) mais do que dobrou no período. No fundamental, a situação é mais grave na região de M’Boi Mirim, cuja piora foi de 131%; no médio, a campeã é a Sé, com 162%.
A situação é pior no ensino médio: 11 subprefeituras mais do que dobraram as taxas de não-aprovação. Na Sé, 33% dos alunos não foram aprovados em 2006, ante 12% em 2005.
Houve piora também em áreas nobres da cidade. A região da subprefeitura de Pinheiros, que engloba os distritos Alto de Pinheiros, Itaim Bibi, Jardim Paulista e Pinheiros, está entre os que mais pioraram a reprovação e a evasão no ensino médio: em 2005, 12% não foram aprovados; em 2006, a taxa aumentou para 26%.
A evasão escolar e a repetência foram os fatores que mais impediram a melhoria dos direitos humanos na cidade, segundo o estudo. Dos 32 indicadores analisados, foi o único que piorou em todas as regiões.
Os dados chamam a atenção por causa da adoção da progressão continuada na rede pública -reprovação apenas no final dos ensinos fundamental e médio. Para o professor da Faculdade de Educação da USP César Minto, a evasão pode estar contribuindo para a piora.
Para o presidente do Sieeesp (sindicato das escolas particulares de São Paulo), José Augusto Lourenço, as escolas públicas foram as responsáveis pela piora nas taxas. Segundo ele, na rede privada os índices permaneceram estáveis.
"Na escola particular há recuperação fora dos horários de aula. O problema da rede pública é que esse trabalho não é feito", ressalta.
A Secretaria Estadual de Educação disse que não podia comentar os dados, porque eles não estavam separados por rede de ensino e somavam evasão e repetência. A Secretaria Municipal de Educação, procurada no início da tarde, não se manifestou sobre o assunto até a conclusão desta edição.
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