P. Carvalho
Em 71 mil quilômetros quadrados do território brasileiro ocorrem ventos com velocidade adequada – mais de sete metros por segundo – para geração de energia, de acordo com estudo realizado por pesquisadores do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base em dados do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro. A maior parte da área está localizada no litoral nordestino, em especial nos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Os cientistas identificaram também pontos importantes no interior da Bahia e nas Regiões Sul e Sudeste.
De acordo com o coordenador do estudo, o físico Fernando Barros Martins, se todo o potencial para produção for utilizado, o País pode gerar cerca de 272 terawatts/hora (TWh) por ano de energia elétrica. O consumo brasileiro atual é calculado em 424 TWh/ano, sendo a maior parte proveniente de hidrelétricas.
Segundo Martins, a capacidade estimada pode ser ainda maior, uma vez que, em seus cálculos, levou em conta parques com aerogeradores que podem captar vento a 50 metros de altura. Quando mais alta a torre, mais vento se pode captar, explica, e já existem torres que alcançam 120 metros.
De acordo com o físico, as estimativas indicam aumento no consumo de energia no País da ordem de 3,5% ao ano. "Em vários lugares, o potencial hídrico já está quase esgotado. O investimento em energia eólica seria especialmente importante no Nordeste, que enfrenta períodos de seca prolongada. "É justamente durante os períodos de menor chuva, no inverno e a na primavera, que mais venta", explica.
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