Mesmo que pudessem sair, 53% dos paulistanos não viveriam em outro lugar
Em 2008, 55% desejavam se mudar; eleições, ocorridas na época das entrevistas, podem ter colaborado para otimismo, afirma Ibope
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os moradores de São Paulo estão mais satisfeitos com a cidade onde vivem do que estavam no início do ano passado. De acordo com a pesquisa Ibope/Movimento Nossa São Paulo divulgada ontem, ainda que pudesse, a maioria dos paulistanos (53%) não sairia da capital para viver em outro lugar.
Até janeiro de 2008, a fatia dos que não arredariam o pé de São Paulo era de 44%. Na época, a maioria (55%) disse que gostaria de viver em outra cidade, panorama que se inverteu nesta última edição da pesquisa. Os dados mais recentes, coletados em novembro de 2008, mostram que apenas 46% mantiveram a intenção de se mudar. As entrevistas foram feitas com 1.512 pessoas com mais de 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Os dados apontam ainda que cresceu o número de pessoas que sentem "muito orgulho" de morar em São Paulo -de 44%, em janeiro de 2008, para 51%, em novembro. Aumentou também o grupo dos que afirmam que a cidade está no caminho certo: 53% contra 61%.
Segundo Márcia Cavallari, diretora executiva do Ibope Inteligência, as eleições, ocorridas na mesma época das entrevistas, podem ter influenciado para esse clima de otimismo.
"Durante a campanha, os candidatos discutem problemas, fazem propostas. A campanha gera expectativa de que a cidade vai melhorar, de que as coisas vão acontecer", diz. No entanto, de acordo com a diretora, o impacto da crise econômica pode piorar essa avaliação. "Tudo é contextualizado."
Atropelamentos
Ser atropelado é um medo que aflige 7% dos paulistanos, temor que não havia aparecido na edição anterior da pesquisa. É o sexto colocado no ranking dos maiores medos de quem vive na cidade, logo depois do trânsito (16%).
A violência ainda aparece no topo das preocupações -78% dos entrevistados disseram ter sido assaltados nos 12 meses anteriores.
O receio dos atropelamentos caminha ao lado de outro percentual representativo, o de paulistanos que se deslocam a pé. São 39% os que andam todos os dias como parte do trajeto, grupo que supera os que utilizam transporte público -metrô, trem, lotação e ônibus- ou bicicleta somados (37%). O percentual dos que usam carro não aparece no estudo.
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