Movimento lança pesquisa Ibope e publicação com indicadores

 

“Nosso objetivo é produzir dados e divulgá-los no menor tempo possível para que a população e o poder público tenham condições de trabalhar com os indicadores da cidade de SP”. Com essas palavras, Maurício Broinizi, coordenador da Secretaria Executiva do Movimento Nossa São Paulo, definiu o propósito de duas iniciativas apresentadas pelo Movimento nesta quinta-feira (22/1) no Sesc Consolação.

A primeira, o lançamento da publicação que reúne os indicadores considerados básicos para a qualidade de vida da população paulistana. A publicação apresentará cada um deles nas áreas de Assistência Social, Cultura, Educação, Esporte, Habitação, Meio Ambiente, Orçamento, Saúde, Trabalho e Renda, Transporte e Violência. Os números vão estar distribuídos por subprefeituras, com destaque para a melhor e a pior colocadas por indicador, além da meta ideal a ser atingida.

A segunda novidade é o novo sistema de organização de informações do Observatório Cidadão Nossa São Paulo, um banco de dados digital sobre a cidade mantido pelo Movimento. Em 17 indicadores passa a haver resultados para os 96 distritos da cidade, além dos 76 já divididos por subprefeituras. O observatório tem 140 indicadores no total em diversas áreas como saúde, educação, trabalho e renda, segurança, entre outros, mas nem todos estão disponíveis pelas divisões administrativas do município. Os que recebem agora dados por distritos são saúde, educação, acidente de trânsito e habitação. O objetivo é obter fontes de informação e separar por distrito todos os 140 indicadores.

A terceira importante iniciativa apresentada pelo Movimento nesta quinta foi a segunda edição da pesquisa Ibope “Viver em São Paulo”, que mostra a opinião dos paulistanos com relação à realização pessoal, a administração municipal e os serviços públicos.  No levantamento foram realizadas quase 200 questões com 1.512 moradores da cidade com 16 anos ou mais, entre os dias 18 e 29 de novembro.

Leia notícia sobre a pesquisa Ibope

No final do evento, foi lido um manifesto de um grupo de cicloativistas com o propósito de chamar a atenção para a importância de melhorar as condições de circulação de bicicletas na cidade, um tema que veio a público com a morte da ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, no dia 14 de janeiro. O grupo também apresentou algumas metas para melhorar a mobilidade do paulistano. Entre elas, que sejam tomadas medidas para que um milhão de carros deixem de circular nas ruas de São Paulo até 2012– atualmente a frota total é de cerca de 4.728.602 automóveis (dados de novembro do Detran)


Repercussão

Organizações sociais e lideranças presentes no evento consideram importante o trabalho de sistematização das informações sobre os dados da cidade e da opinião da população. as informações divulgadas como ferramenta e a que estavam entre as 250 pessoas que acompanharam a divulgação das informações presentes.
“Para mim os indicadores são essenciais para poder definir aonde e como posso atuar nos projetos”, disse a vice-presidente do Instituto Entreatos, que atua na favela Paraisópolis, na capital. “Para desenvolver um projeto de de cultura na favela, foi o que me ajudou”, acrescentou.

Lia Nasser, mobilizadora do Instituto Fonte, tem opinião parecida. Os indicadores “ajudam a pensar projetos e estratégias da organização”, afirmou. Por isso, a equipe do instituto pretende estudar os dados e divulgar para outras entidades parceiras, segundo Tânia Crespo, do setor de comunicação.

Os integrantes do Movimento Nacional de População de Rua também pretendem multiplicar as informações da pesquisa e dos indicadores. “Vamos discutir esses dados e repassar para outros movimentos, como o dos sem teto”.

Para Lincoln Fernandes, gerente de área de responsabilidade social do Bradesco, os dados divulgados são importantes “para fazer nascer na população um espírito de preocupação com o seu entorno”.

Maria Alice Setúbal, integrante do Movimento Nossa São Paulo e diretora-presidente do Cenpec, destacou que, com a disponibilidade das informações, esse é um momento de acompanhar o nova gestão na Prefeitura. “Ver se o compromisso vai estar focado nas áreas prioritárias, nas questões de justiça social, nas questões de garantir os direitos de cidadania da população. Questões que estão incomodando a população da cidade de São Paulo, segundo a pesquisa”.

“Esperamos alcançar uma maior divulgação desses dados nos bairros. A população tem condições de acompanhar e ter parâmetros comparativos da distribuição de recursos para onde a cidade mais precisa”, enfatizou Maurício Broinizi.

 

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