Debate sobre o PIB, encontro de cidades sustentáveis e exposição de estudo sobre consumo de produtos da Amazônia são as principais atividades previstas
O Movimento Nossa São Paulo vai participar como convidado ou coorganizador de três atividades no Fórum Social Mundial (FSM) 2009, que ocorrerá de 27 de janeiro a 1º de fevereiro, em Belém (PA). No dia 29, Oded Grajew, Ladislau Dawbor e Chico Withaker, integrantes do Movimento, participam do debate “Para além do PIB: Porquê precisamos de novos indicadores de riqueza?”, juntamente com Patrick Viveret, Danielle Mitterrand, André Abreu, Alain Ruellan, Ladislau Dowbor, Claudio Nascimento e Marcos Arruda. No encontro os participantes vão falar sobre as contradições e paradoxos da metodologia que calcula o Produto Interno Bruto (PIB) e de projetos de novos indicadores que incluem as dimensões ambientais, sociais e culturais.
No dia dia 30/1, às 15h30, o Movimento será um dos responsáveis pelo evento que vai apresentar experiências de municípios brasileiros integrantes da Rede Social Brasileira Por Cidades Justas e Sustentáveis e da Rede Latinoamericana Por Cidades Sustentáveis. Frei Betto, o escritor e religioso dominicano, e Michael Lowi, cientista social brasileiro radicado na França, farão a palestra de abertura, cujo tema será o “Ecosocialismo”.
Já no dia 31/1, às 15h30, haverá a apresentação do estudo “Conexões sustentáveis: Quem se beneficia com a destruição da Amazônia”, que mostra como a cidade de São Paulo, principal mercado consumidor brasileiro, também é responsável pela degradação da Amazônia. A exposição vai abordar como produtores que atuaram de forma predatória contra o meio ambiente ou utilizaram trabalho escravo mantêm negócios com redes varejistas, indústrias automobilísticas e a construção civil da capital paulista.
Também serão apresentados exemplos que mostram como o mercado global se beneficia da degradação da floresta e de sua gente. Participarão desta atividade Oded Grajew (Movimento Nossa São Paulo), Caio Magri (Fórum Amazônia Sustentável e Instituto Ethos), Marques Casara (Papel Social) e Leonardo Sakamoto (Repórter Brasil). As atividades vão ocorrer em uma área verde formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
Os três eventos fazem parte das centenas de atividades autogestionadas programadas no Fórum Social Mundial – acampamentos, oficinas, seminários, conferências, marchas, atividades culturais e artísticas – que serão espaços de intercâmbio, reflexão e elaboração de propostas para a construção de outro mundo possível.
Histórico
O FSM é um espaço de debate democrático de idéias, aprofundamento da reflexão, formulação de propostas, troca de experiências e articulação de movimentos sociais, redes, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital e por qualquer forma de imperialismo. Após o primeiro encontro mundial, realizado em 2001, se configurou como um processo mundial permanente de busca e construção de alternativas às políticas neoliberais. Esta definição está na Carta de Princípios, principal documento do FSM.
O Fórum Social Mundial se caracteriza também pela pluralidade e pela diversidade, pelo caráter não governamental e não partidário. Ele se propõe a facilitar a articulação, de forma descentralizada e em rede, de entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mas não pretende ser uma instância representativa da sociedade civil mundial. O Fórum Social Mundial não é uma entidade nem uma organização.