Movimento Nossa São Paulo participa de três eventos
O Fórum Social Mundial (FSM), começa nesta terça-feira em Belém (PA) e até o dia 1º de fevereiro deverá ter a participação de 60 mil pessoas de outros estados brasileiros e de 30 mil estrangeiros. A programação prevê a realização de 2,4 mil atividades e o foco principal será sobre temas como preservação do meio ambiente, devastação da Amazônia, aquecimento global, crise econômica no mundo, participação social, mecanismos para melhorar a democracia, miséria e exclusão nos países pobres.
Centenas de atividades autogestionadas estão programadas neste ano – acampamentos, oficinas, seminários, conferências, marchas, atividades culturais e artísticas – que serão espaços de intercâmbio, reflexão e elaboração de propostas para a construção de outro mundo possível.
O Movimento Nossa São Paulo vai participar como convidado ou coorganizador de três atividades no evento. No dia 29, Oded Grajew, Ladislau Dawbor e Chico Withaker, integrantes do Movimento, participam do debate “Para além do PIB: Porquê precisamos de novos indicadores de riqueza?”, juntamente com Patrick Viveret, Danielle Mitterrand, André Abreu, Alain Ruellan, Ladislau Dowbor, Claudio Nascimento e Marcos Arruda. No encontro, os participantes vão falar sobre as contradições e paradoxos da metodologia que calcula o Produto Interno Bruto (PIB) e de projetos de novos indicadores que incluem as dimensões ambientais, sociais e culturais.
No dia 30/1, às 15h30, o Movimento será um dos responsáveis pelo evento que vai apresentar experiências de municípios brasileiros integrantes da Rede Social Brasileira Por Cidades Justas e Sustentáveis e da Rede Latinoamericana Por Cidades Sustentáveis. Frei Betto, o escritor e religioso dominicano, e Michael Lowi, cientista social brasileiro radicado na França, farão a palestra de abertura, cujo tema será o “Ecosocialismo”.
Já no dia 31/1, às 15h30, haverá a apresentação do estudo “Conexões sustentáveis: Quem se beneficia com a destruição da Amazônia”, que mostra como a cidade de São Paulo, principal mercado consumidor brasileiro, também é responsável pela degradação da Amazônia. A exposição vai abordar como produtores que atuaram de forma predatória contra o meio ambiente ou utilizaram trabalho escravo mantêm negócios com redes varejistas, indústrias automobilísticas e a construção civil da capital paulista.
Também serão apresentados exemplos que mostram como o mercado global se beneficia da degradação da floresta e de sua gente. Participarão desta atividade Oded Grajew (Movimento Nossa São Paulo), Caio Magri (Fórum Amazônia Sustentável e Instituto Ethos), Marques Casara (Papel Social) e Leonardo Sakamoto (Repórter Brasil). As atividades vão ocorrer em uma área verde formada pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
A Pan-Amazônia como sede
A Pan-Amazônia foi escolhida para sediar o evento pelo conselho internacional do FSM, composto por cerca de 130 entidades, em reconhecimento ao papel estratégico que a região possui para o mundo e a humanidade, por ter a maior biodiversidade do planeta e pela força e tradição dos povos e das entidades que buscam um outro modelo de desenvolvimento. Além do Brasil, fazem parte da Pan-Amazônia, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
Histórico
O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço aberto de encontro – plural, diversificado, não-governamental e não-partidário –, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo.
As três primeiras edições do FSM, bem como a quinta edição, aconteceram em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), em 2001, 2002, 2003 e 2005. Em 2004, o evento mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, na Índia. Em 2006, o FSM se deu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (Américas). Em 2007, voltou a acontecer de maneira central no Quênia (África).