Os roubos seguidos de morte na capital passaram de 42, em 2007, para 69, no ano passado, um aumento de 64,3%
Em 2007, a Secretaria da Segurança comemorou uma redução de 6,7% em relação ao ano anterior, além da tendência de queda
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de dois anos em queda, os latrocínios (roubos seguidos de morte) voltaram a crescer em 2008 na cidade de São Paulo. Passaram de 42 casos, em 2007, para um total de 69 crimes -aumento de 64,3%.
As estatísticas de latrocínio foram reveladas ontem pelo "Jornal da Tarde".
Considerando-se os últimos três meses do ano, São Paulo não tinha um período tão crítico desde 2004 -a Secretaria da Segurança Pública divulga as estatísticas por trimestre.
Naquele ano, a polícia fechou as contas com 20 latrocínios. Depois, houve queda. No último trimestre de 2008, porém, foram registradas 18 mortes durante assaltos. O pior quarto trimestre, até então, havia sido o de 2007, com 15 casos.
Nessa divisão por trimestres, o terceiro do ano passado havia sido ainda pior. Nesses 90 dias, 22 pessoas foram mortas em roubos na capital. No mesmo período de 2007, a polícia tinha registrado 11 crimes.
Em 2007, a Secretaria da Segurança comemorou uma redução de 6,7% em relação a 2006, com seus 45 casos, mas comemorava principalmente uma tendência de queda. Isso porque, em 2005, a capital tinha registrado 81 mortes durante assaltos e, no ano anterior, outros cem crimes.
Para a polícia, apesar do crescimento percentual parecer grande (64,3%), o número de vítimas (69) é pequeno diante dos homicídios dolosos (com intenção), com mais de 4.000 vítimas no Estado. Os policiais consideram o latrocínio um dos crimes de esclarecimento mais complicado porque nem sempre há testemunhas.
A Segurança Pública não comentou os dados. A reversão na tendência de queda também deverá ser sentida em outros índices de violência de 2008, que a pasta deve divulgar hoje.
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