Vereadores que terão trabalho acompanhado por eleitores já somam 17

 

Nas últimas três semanas, a campanha “Adote um vereador” – na qual eleitores acompanham e divulgam voluntariamente a atuação dos parlamentares na Câmara Municipal – ganhou impulso em São Paulo: o número de vereadores “adotados” subiu de oito para 17. Um dos principais motivos para o aumento de participação é que desde o dia 9 de janeiro a campanha passou a contar com o apoio de um site colaborativo na internet.

O site contém informações sobre os 55 parlamentares do Legislativo paulistano, relaciona os 17 que já foram “adotados” e os 38 que aguardam “adoção”. Permite também ao internauta a escolha de um vereador para acompanhar e o acesso às páginas eletrônicas criadas pelas pessoas que já estão fazendo esse trabalho voluntário.

Entre os integrantes da Câmara relacionados no grupo dos que já estariam sendo acompanhados por eleitores, até segunda-feira (2/2) três ainda não dispunham de blog com conteúdo (Abu Anni, Goulart e Penna), possivelmente em função das adoções serem bem recentes.

Na lista dos blogs já em funcionamento, existem alguns que se diferenciam pelo título escolhido, tais como “Na cola do Timóteo”, “Vigiando o Senival” e “Confissões de um ignorante”. Este último destinado a acompanhar a atuação de Wadih Mutran.

Como princípio geral, o cidadão “adotante” informa ao parlamentar que passará a acompanhar o seu trabalho e solicita informações. Um exemplo da relação que pode ser construída entre representantes eleitos e eleitores está na troca de correspondência postada no blog de acompanhamento do vereador Netinho de Paula.

Nela, o autor da página Aleci Macedo questiona ao vereador do PC do B, se achava justo os parlamentares paulistanos ficarem janeiro todo de férias, tendo em vista que o custo de cada um deles para a cidade é de R$ 130 mil mensais. Netinho de Paula, que está iniciando sua primeira legislatura, responde da seguinte forma: “A Câmara encontra-se em recesso no momento. Os gabinetes estão em reforma. Mas, isto não quer dizer que eu não esteja trabalhando. Pelo contrário. Tenho me reunido periodicamente com o comitê estadual do PCdoB e com toda minha equipe de assessores parlamentares, para traçar o planejamento e discutir as primeiras ações que serão colocadas em prática no início do meu mandato. O mês de janeiro é importante por tudo isso. Creio que todos os vereadores eleitos têm utilizado esses dias para que, a partir de fevereiro, cheguem à Câmara prontos para representar e lutar pela melhoria das condições de toda a população paulistana.”

Objetivo da campanha é que todos os vereadores sejam adotados

A idéia de levar a campanha “Adote um vereador” – iniciada pela Rádio CBN em outubro passado – para a internet foi do físico Everton Zanella Alvarenga. Ao falar sobre o projeto, ele inicia explicando por que optou por desenvolvê-lo na forma de “wiki”: “Trata-se de uma página ou um conjunto de páginas da internet que permite às pessoas contribuírem com o conteúdo”.

Alvarenga conta que já estava pensando em acompanhar o trabalho do vereador em que votou, quando ficou sabendo da campanha por meio do rádio. “Como estou trabalhando com site, resolvi iniciar o projeto e várias pessoas começaram a colaborar.”

Questionado sobre a possibilidade de determinadas páginas serem utilizadas apenas para elogiar o trabalho do parlamentar “adotado”, o voluntário diz que isso não o preocupa. “À medida que for crescendo o projeto e mais cidadãos forem adotando o mesmo vereador, as pessoas vão poder fiscalizar não apenas os vereadores, mas também aqueles que os adotaram.”

O objetivo, segundo ele, é que várias pessoas adotem o mesmo parlamentar e que todos os 55 integrantes da Câmara Municipal sejam acompanhados. “Sou otimista. Entre os seis milhões de eleitores de São Paulo que votaram para vereador, deve existir um número suficiente de cidadãos dispostos a fazer esse trabalho voluntário.”

A página principal do site colaborativo http://vereadores.wikia.com/, que foi desenvolvido por Alvarenga e conta com inúmeros colaboradores, possibilita que outras cidades também façam o acompanhamento de seus vereadores de forma cidadã. Já estão relacionadas Brasília (deputados distritais), Belford Roxo, Curitiba, Ferraz de Vasconcelos, Fortaleza, Goiânia, Jandira, Mauá, Maringá, Piracicaba, Ribeirão Preto e Rio Claro.   

Veja os vereadores paulistanos adotados e os que aguardam adoção 

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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