Oito das nove comissões da Câmara anunciam presidentes e vices

 

As conversas de bastidores conseguiram aparar arestas e definir nomes para os cargos de presidente e vice-presidente em oito das nove comissões da Câmara Municipal de São Paulo. Isso ficou claro nas votações realizadas na quinta-feira (12/2), quando os integrantes de cada comissão referendaram as indicações que resultaram das negociações.

Na Comissão de Política de Urbana, nos últimos dias, insinuava-se uma disputa pela presidência entre Juscelino Gadelha (PSDB) e Carlos Apolinário (DEM). O vereador tucano saiu do páreo, deixando o caminho livre para o representante dos Democratas ser escolhido presidente. Pelo acordo, a vice-presidência ficou com Toninho Paiva (PR).

A Comissão de Política Urbana terá um papel muito importante este ano, tendo em vista as declarações dos próprios vereadores de que o projeto de revisão do Plano Diretor será uma das prioridades da Câmara. Desde já, um dos nomes mais cotados para assumir a relatoria do tema é o de José Police Neto (PSDB), líder do governo na Casa.

Mais de 100 entidades civis assinaram documento solicitando que o prefeito Gilberto Kassab retire o projeto de lei que encaminhou ao Legislativo paulistano e reinicie o processo, realizando um amplo debate com a sociedade. Caso isso não ocorra, o Movimento Nossa São Paulo defende que a Câmara promova audiências públicas e possibilite a participação popular na revisão do Plano Diretor.

Nas oito comissões, as votações seguiram um certo ritual, já que diversos parlamentares antes de votar no nome indicado para presidente usaram expressões como: “em respeito ao acordo, voto em…”

Veja como ficou a composição e os cargos das oito comissões definidas

Projeto de reforma de auditório não contemplou a acessibilidade

Uma das poucas falas que não estavam previstas no roteiro foi a da vereadora Mara Gabrilli (PSDB). Na hora de declarar seu apoio ao nome de Ricardo Teixeira (PSDB) para a presidência da Comissão de Trânsito e Transporte, ela, antes, fez uma reclamação: o novo auditório [Prestes Maia], que acabou de passar por uma ampla reforma, não teria rampa de acesso para pessoas com deficiência.

Após a fala da parlamentar, a reportagem do Movimento Nossa São Paulo foi até o novo auditório e constatou que havia sido colocada uma rampa improvisada para que pessoas que utilizam cadeiras de roda tivessem acesso ao local onde fica a mesa coordenadora dos trabalhos.

Gabrilli, que também foi ao auditório ver a rampa recém-colocada, explicou que até quarta-feira (11/2) o equipamento não estava lá. Ela relatou que desde a posse [em 1º de janeiro] entrou várias vezes no local e viu que não havia acessibilidade. “Estava super preocupada, porque eu ia chegar aqui e não ia ter a rampa. Acho que ela deveria ter sido contemplada no projeto, não ser algo improvisado”, opinou a vereadora, que é cadeirante.

Segundo a vereadora, apesar de a acessibilidade ser prevista em legislação, “muitas vezes a lei não é cumprida porque não tem ninguém experimentando os locais e fazendo cobranças”.

Na Comissão de Finanças e Orçamento não houve acordo e decisão foi adiada

A única comissão que não conseguiu anunciar os nomes do presidente e do vice foi a de Finanças e Orçamento. Os vereadores Roberto Tripoli (PV) e Wadih Mutran (PP) disputam a presidência do órgão. Aparentemente, não houve acordo e a sessão sequer foi aberta.

Mutran alegou que não havia quorum para a votação e que o tempo estaria esgotado, argumentos que foram contestados por diversos parlamentares, entre os quais o presidente da Casa, Antonio Carlos Rodrigues, e Aurélio Miguel (ambos do PR).

A decisão ficou para a próxima quarta-feira (18/2). Como a discordância ocorre dentro do grupo político chamado de “Centrão” – os dois pretendentes à presidência da Comissão de Finanças e Orçamento pertencem a esse grupo -, a oposição pode tentar emplacar um terceiro nome.

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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