“Cai número de cidades ricas em SP, diz estudo” – O Estado de S.Paulo

 

Índice mostra que, em 2004, elas somavam 73; em 2006 eram 64

Silvia Amorim

O grupo das cidades paulistas mais ricas e com boa situação social diminuiu e está ainda mais seleto. Já o número de municípios com os piores níveis de riqueza e indicadores sociais cresceu. Esse é o mais recente diagnóstico sobre o grau de desenvolvimento econômico e social de São Paulo, o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), divulgado ontem pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados e Assembleia Legislativa.

O IPRS é uma espécie de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) paulista, que mede, a cada dois anos, os níveis de riqueza, longevidade e escolaridade nos 645 municípios do Estado. Ontem foi divulgada a 5ª edição do indicador, com base em dados de 2006.

Eles mostram que houve uma redução de 13% no número de municípios considerados os melhores do Estado – os chamados Grupo 1, cidades com maiores índices de riqueza e escolaridade e menores níveis de mortalidade. Eles somavam 73 em 2004, agora são 64, incluindo a capital paulista. Entre os que têm os piores indicadores, o Grupo 5, a lista cresceu 11,8%, passando de 101 cidades em 2004 para 113 em 2006. Os grupos intermediários tiveram oscilações pouco significativas.

Santos e Araçatuba estão entre os que perderam a posição de "top". Aparecida, Votorantim e Avaré são exemplos de rebaixados para o Grupo 5. É muito rara a ascensão de uma cidade do grupo dos piores para o dos mais ricos, mas isso aconteceu. O feito foi conquistado por Barretos, que teve uma melhora acima da média dos indicadores.

O diretor-adjunto da Seade, Sinésio Pires Ferreira, alertou que o encolhimento do grupo dos melhores e o aumento dos piores não significam recuo nos índices medidos. "Como 2006 foi um bom ano do ponto de vista econômico, significa que alguns municípios, mais estruturados, se destacaram na melhora dos índices, e outros, embora tivessem melhorado, foi num grau menor."

O presidente do Instituto do Legislativo Paulista, Roberto Lamari, reforçou: "Os dados de riqueza, longevidade e escolaridades estão melhores que os de 2004." Entre 2004 e 2006, o ranking dos mais ricos (per capita) permaneceu praticamente inalterado. São Paulo aparece em 14º lugar, um acima do registrado em 2004. O campeão é São Sebastião. Em longevidade, o melhor índice é da pequena Oscar Bressane, que tem menos de 3 mil habitantes e foi a campeã também em 2004. Quanto à escolaridade, São Caetano do Sul ostenta a melhor marca.

Esses e outros dados serão apresentados hoje no 1º Encontro Estadual de Agentes Públicos promovido pela Assembleia. "É um índice reconhecido pela ONU como uma ferramenta que representa a modernização e eficiência na gestão pública", disse o presidente da Casa, Vaz de Lima.

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