No aniversário da Billings, ambientalistas denunciam prefeituras por destruição ambiental

 

Representação  no  Ministério  Público Federal visa exigir dos municípios diagnóstico  sócio-ambiental  e  levantamento  das  Áreas  de Preservação Permanentes da Bacia Hidrográfica da Represa Billings

Na próxima sexta-feira, 27 de março, a Represa Billings completa 84 anos. Apesar  de  ser  uma  das  proezas  da  engenharia  mundial e o principal reservatório de água de uma das maiores regiões metropolitanas do planeta da  grande  São  Paulo,  infelizmente  não há motivos para comemorar. Sua produção  natural de água (da década de 50 até hoje) foi reduzida em 2/3, devido  a destruição de sua nascentes, cerca de 50% de sua floresta (Mata Atlântica)  foi  suprimida  para  dar  lugar a loteamentos clandestinos e irregulares  incentivados  por  interesses eleitorais e imobiliários, sua capacidade de armazenamento foi drasticamente reduzida e suas águas estão contaminadas  por  esgotos e lixo lançados nos seus rios. Além disso, o projeto de  lei da Billings que tramita na Assembléia Legislativa propõe expansão urbana  em  todo  manancial,  inclusive  nas  áreas ainda preservadas.  Os principais  responsáveis  pelo  estado  de  destruição  desse  importante manancial  são  as  prefeituras de seis cidades que estão dentro da Bacia Hidrográfica  do  reservatório: São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Em  vista  disso, no próprio dia 27, o MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande),  ONG  ambientalista fundada  em 1984 para defender a Billings, vai  protocolar  Representação  no Ministério Público Federal contra os  municípios da bacia da Billings, requerendo o cumprimento do disposto no Código  Florestal Brasileiro. A representação proporá que os municípios e o  IBAMA,   dentro   de  um  prazo  exeqüível,  promovam  o  levantamento  e diagnóstico do estado real das Áreas de Preservação Permanente (APPs) sob a proteção dos municípios nas áreas urbanas e solicitará:

1.  Mapeamento  das  Áreas  de Preservação Permanentes (APPs) da Bacia da Billings, conforme estabelece o Código Florestal;

2.  Com os dados acima disponibilizados, que o Ministério Público Federal atue  no  sentido  de identificar os empreendimentos, públicos e privados construídos sem a devida licença ambiental;

O  que  o  MDV  espera,  por meio desta representação, é que o Ministério Público  tome as devidas medidas judiciais cabíveis, e que os milhares de brasileiros  que  vivem  em  habitações  irregulares  e  precariedade  de saneamento  ambiental,  em APPs e áreas de mananciais, tenham o direito à requalificação  habitacional e urbanística, conforme preconiza o Estatuto das Cidades.


Eduardo Rascov

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