Intervenções no trânsito e antigas reivindicações marcam audiência pública em Santana/Tucuruvi

 

Foto: Luanda Nera
Foto: Luanda Nera

Questões locais, principalmente relativas ao impacto de propostas de intervenções urbanas no trânsito da região, deram a tônica da audiência pública sobre o Programa de Metas realizadas nesta quarta-feira (22) na subprefeitura de Santana/Tucuruvi.

Com auditório lotado por quase 80 pessoas, o subprefeito Hélio Rubens Figueiredo, ao dar início à reunião, destacou que o objetivo era recolher “sugestões e críticas da população” relativas à Agenda 2012 (nome dado pela Prefeitura ao Programa de Metas) e garantiu que todas serão encaminhadas à Secretaria do Planejamento do município, órgão responsável pela elaboração do documento. 

Figueiredo também reforçou a importância dos cidadãos acompanharem o andamento das metas e esclareceu: “A Agenda 2012 fala de metas estruturais, macro ações, que não excluem os projetos já em andamento. A prática de manutenção e zeladoria, que já é o nosso cotidiano, não faz parte desse documento”.

Depois da explicação metodológica, o subprefeito apresentou as linhas gerais da Agenda 2012 e, atendendo a pedidos da platéia, foi direto para as metas propostas especificamente para  a região Santana/Tucuruvi. Muitos tomavam conhecimento da Agenda 2012 pela primeira vez e, conforme Figueiredo percorria os tópicos de cada eixo – Cidade de Direitos, Cidade Sustentável, Cidade Criativa, Cidade de Oportunidades e Cidade Eficiente – a expressão comum nos rostos era de curiosidade e interesse.

Quatro centrais de libras para deficientes auditivos, uma AMA Sorriso, uma base comunitária, um centro de atenção psicossocial, três Ecopontos, um novo parque linear, um Conselho de Direitos Humanos.

No entanto, a lista das metas regionais apresentadas não foi o principal foco das intervenções do público, que teve direito a usar o microfone sem restrição de tempo.  Antigas reivindicações das associações comunitárias – muitas delas já de conhecimento do subprefeito – foram lembradas e reforçadas durante a audiência pública do Programa de Metas. Na opinião de Pedro Lopes, da Associação Comunitária do Tucuruvi, a construção de um túnel no final da Avenida Luiz Dumont Villares deveria fazer parte do documento: “Não dá para ignorar medidas que já vínhamos reivindicando. O Programa de Metas já veio pronto!”.  Como resposta, o subprefeito garantiu, mais uma vez, que todas as sugestões serão analisadas pela Secretaria do Planejamento.

Representando o grupo Ecologia Urbana, Rafael Poço provocou polêmica ao criticar enfaticamente as metas relativas à mobilidade em São Paulo: “Não é aumentando a malha viária que a gente melhora o trânsito. Não há nenhuma menção ao transporte coletivo na região. Eu quero que os túneis não sejam construídos. Em quanto continuarmos priorizando o automóvel, não teremos uma cidade para as pessoas”. Alguns moradores se manifestaram contrários à declaração, justificando a necessidade urgente de aliviar o tráfego de automóveis nas grandes avenidas da região.

Na opinião de Luiz Aguiar, do Instituto Asbem, é difícil avaliar as metas sem saber como a cidade está hoje: “Precisamos tem noção do impacto de cadas uma delas, dos custos, dos empregos que estão envolvidos diretamente. São Paulo precisa de um ‘balanço social’, assim como muitas cidades já têm”.

Outras sugestões foram entregues ao subprefeito, por escrito, que procurou responder a maioria delas. A preocupação com desapropriações provocadas por grandes obras, os planos para os ambulantes e até a relação da Agenda 2012 com o Plano Diretor Estratégico da cidade foram mencionadas pelos cidadãos que acompanharam a audiência pública.

Conheça a Agenda 2012 – programa de metas da Prefeitura de São Paulo

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