Câmara Municipal cobra entrega de diplomas a alunos do ProJovem

 

Comissão de vereadores convocou quatro secretários de São Paulo para reunião na próxima terça-feira 

Mais de 1.800 alunos do ProJovem, que concluíram cursos oferecidos pelo projeto em São Paulo nos últimos dois anos, continuam sem receber os aguardados diplomas. Por essa razão, a Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude, da Câmara Municipal, convocou quatro secretários da atual administração para prestar esclarecimentos e debater o problema na próxima terça-feira (26/5), às 11 horas.

Foram convocados para a reunião, que será aberta à população, os titulares das secretarias municipais do Trabalho, Marcos Cintra, da Participação e Parceria, Ricardo Montoro, da Educação, Alexandre Scheneider, e da Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio. Além dos representantes do Executivo, jovens prejudicados pela falta de entrega dos certificados também são aguardados no evento.

O ProJovem é um programa de inclusão de jovens de iniciativa do governo federal, que alia ensino fundamental e formação profissional. Os cursos são sempre realizados em parceria com as prefeituras municipais, que cedem os espaços para as aulas. A União entra com os recursos necessários.

A não entrega dos diplomas aos jovens que freqüentaram os cursos é o último dos muitos problemas ocorridos na implantação e execução do programa em São Paulo. Até a prestação de contas do município em relação ao ProJovem foi motivo de controvérsias entre a prefeitura e o governo federal. Em função das discordâncias, o programa encontra-se desativado na cidade.

Os parlamentares que integram a comissão, incluindo os da base aliada ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), têm cobrado a entrega dos certificados e mostrado interesse em trazer o novo ProJovem (o programa foi remodelado no ano passado) para a capital paulista.

Caso a parceria seja retomada, o governo federal poderia destinar cerca de R$ 80 milhões para beneficiar os jovens carentes do município. Para que isso ocorra, porém, a coordenação nacional do ProJovem exige que todos os alunos que concluíram os cursos recebam os certificados para encerrar o programa anterior. 

Sandra Tadeu, colega de partido de Kassab, acredita que o papel da comissão é apurar o que aconteceu. “A denúncia surgiu e temos sim que convocar os secretários para falarem a respeito do atraso na concessão dos certificados aos alunos aprovados no ProJovem”, afirma.

Ela pondera que o melhor seria ouvir apenas os secretários que atuam em áreas mais diretamente ligadas ao programa, como a de Participação e Parceria e a de Assistência e Desenvolvimento Social. “No entanto, respeito a decisão da maioria da comissão, que aprovou a convocação de outros representantes do Executivo. Vamos ouvi-los e tirar a limpo as denúncias." Segundo a vereadora, sem a entrega dos diplomas o programa perde a razão de existir, “que é reinserir as pessoas no mercado de trabalho”.

Até o momento nenhum dos quatro secretários convocados pela comissão confirmou presença no debate de terça-feira, na Câmara Municipal de São Paulo.  

A Comissão Extraordinária de Defesa dos Direitos  da Criança, do Adolescente e da Juventude é composta pelos seguintes vereadores: Netinho de Paula (PC do B), presidente, Floriano Pesaro (PSDB), vice-presidente, Agnaldo Timóteo (PR), Juliana Cardoso (PT), Alfredinho (PT), Senival Moura (PT), Sandra Tadeu (DEM) e Noemi Nonato (PSB).

Serviço:

Reunião Ordinária da Comissão Extraordinária Permanente de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude
Data: terça-feira, dia 26/5
Horário: das 11h às 13h
Local: Plenário 1º de Maio, na Câmara Municipal (Viaduto Jacareí, 100 – 1º andar, Bela Vista)

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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