Moradores em situação de rua cobram políticas públicas da prefeitura

Secretária de Assistência Social anunciou 200 bolsas aluguel para albergados e novo censo com populaçao que vive nas ruas de São de Paulo 

Representantes de entidades ligadas aos moradores em situação de rua de São Paulo cobraram da secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio, a implantação de políticas públicas integradas para o segmento. A reivindicação foi feita durante audiência realizada nesta quinta-feira (28/5), na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

De acordo com as entidades, a assistência social é a porta de entrada para as pessoas que vivem nas ruas de São Paulo, mas não existe porta de saída para que deixem essa condição e sejam reinseridas na sociedade. Para que isso aconteça, seria necessário que as secretarias da Habitação e do Trabalho também se envolvessem com a solução do problema.

“Os moradores em situação de rua precisam ser enxergados pelo poder público e pela sociedade”, defendeu o padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua. Ele, entretanto, disse que daria um voto de confiança à secretaria que assumiu a pasta no início deste ano.

Alda, que também é vice-prefeita da cidade, afirmou que a integração das secretarias já esta ocorrendo. “Ontem consegui 200 bolsas aluguel [no valor de R$ 500,00] da área da Habitação para os albergados”, exemplificou.

Ela informou que até o final setembro estará pronto um novo censo sobre as pessoas em situação de rua, que servirá para balizar as políticas públicas da administração municipal. De acordo com estimativas não oficiais, existem atualmente cerca de 14 mil pessoas nestas condições em São Paulo e o sentimento dos cidadãos é que este número está aumentando.

Os participantes da audiência também reclamaram quanto ao fechamento de vagas em albergues do Centro e que a prefeitura estaria aplicando uma política higienista, empurrando essas pessoas para a periferia da cidade.

A secretária negou ser higienista e explicou que os albergues encerrados não tinham condições sanitárias e de segurança. “Mas as vagas não foram fechadas, foram realocadas”, argumentou.

Questionada sobre o fato de o programa de metas da prefeitura (a chamada Agenda 2012) não apresentar objetivos para a questão dos moradores em situação de rua, Alda respondeu: “Espero que morram os albergues por falta de pessoas que necessitem deles. Espero que o número de moradores nessa situação se reduza."

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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