“156 cruzamentos têm mais risco de assaltos em SP” – O Estado de S.Paulo

Locais mais perigosos se concentram na zona sul, com destaque para áreas nobres, como a região do Morumbi

Camilla Haddad, JORNAL DA TARDE

A zona sul concentra um terço, ou 57, dos 156 cruzamentos com maior risco de assaltos na cidade de São Paulo, nos quais 80% das vítimas são mulheres. Além disso, na maior parte das vezes os ataques são feitos por motoqueiros. Esses dados constam do Sistema de Informações Criminais (Infocrim) da Secretaria da Segurança Pública.

Os locais mais perigosos ficam próximos de áreas nobres da zona sul, mais especificamente nas Avenidas Giovanni Gronchi e Morumbi e na Rua Engenheiro Oscar Americano, rodeadas de casas e condomínios de luxo. Em seguida, aparecem as zonas leste (37), norte (25), central (22) e oeste (15), com endereços como a Rua da Mooca, a Avenida Brás Leme, a Rua da Consolação e a Avenida Rebouças.

Foi em um desses cruzamentos, da Avenidas Interlagos com a Nossa Senhora do Sabará, na zona sul, que o motoboy William da Silva, de 25 anos, pai de duas crianças, perdeu a vida em fevereiro. O rapaz foi atingido por uma bala perdida durante um assalto contra dois policiais à paisana. Os suspeitos queriam levar uma moto Hornet e iniciaram um tiroteio.

Para conter a onda de violência, identificada principalmente em horários considerados de pico, a corporação desenvolve atualmente operações com reforço policial nesses 156 trechos. São PMs normalmente em dupla que permanecem nesses locais, nos períodos das 7 às 10 e das 17 às 20 horas. Eles utilizam viaturas ou motos e são deslocados de diversos batalhões da cidade, diz a polícia.

O capitão Emerson Massera, porta-voz do Serviço de Comunicação Social da PM, estima que existam 74 mil cruzamentos na cidade. Ao menos 1.011, que são monitorados, já registraram crimes. Mas destaca que, desse total, 156 são críticos por terem registros de assalto com frequência. O oficial lembra que o reforço de policiais nos trechos com elevada incidência criminal não significa que outros endereços estejam sem cobertura policial.

Ainda segundo Massera, os maiores vilões do crime em semáforos são motoqueiros. São eles que abordam os mais desatentos ao volante. "Na hora de escolher a vítima, o criminoso acaba preferindo mulheres sozinhas por apresentarem, muitas vezes, menor possibilidade de resistência." Para o oficial, as vítimas precisam manter a atenção o tempo todo. "As mulheres, por exemplo, não devem retocar maquiagem enquanto aguardam o sinal abrir."

Felipe Gonçalves Silva, da Specttra Soluções Integradas em Segurança Eletrônica, orienta que no trânsito lento ou no congestionamento é indicado manter uma distância do carro da frente, não para fugir e sim para que, caso se note alguma movimentação estranha, a pessoa avance um pouco com o carro. Dessa forma, vai demonstrar estar atenta ao que está acontecendo ao redor do veículo.

Quem costuma parar o carro no semáforo ou no trânsito com a marcha engatada deve rever o hábito. Especialistas reprovam essa atitude, pois caso o bando apareça, a pessoa pode se assustar e o carro andar. O correto é parar com o carro em "ponto morto".

QUEIXAS

A Polícia Militar pede aos motoristas que registrem boletim de ocorrência para facilitar a identificação de outros pontos críticos na capital. Além de procurar um distrito policial, a pessoa pode ligar para o número 190 para fazer a comunicação do roubo.

 

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