Com o clima cada vez mais seco do outono, cardiologista do Hospital do Coração pede atenção com a poluição das grandes cidades e alerta para sua relação com a hipertensão arterial, uma das doenças que mais mata no mundo
SÃO PAULO – Os níveis de poluição nas grandes cidades brasileiras, especialmente em São Paulo, estão cada vez mais elevados. Um dos grandes causadores é o automóvel que detém a maior concentração de poluentes atmosféricos nocivos à população. Nestas cidades, um outro problema: a frota de veículos ultrapassa o limite do aceitável. E com o ar cada vez mais seco no outono e o aumento da poluição diária, as pessoas têm maior tendência a desenvolver mais problemas de saúde como a hipertensão arterial.
Um estudo desenvolvido pelo cardiologista do HCor – Hospital do Coração, Dr. Abrão José Cury Jr., intitulado "Efeitos da Poluição Atmosférica na Freqüência de Atendimentos por Hipertensão Arterial em Unidade de Emergência na Cidade de São Paulo", comprovou que a poluição do ar na cidade paulistana, liberada pelos automóveis (combinação das partículas: Óxido de Nitrogênio, Monóxido de Carbono e Dióxido de Enxofre), pode afetar e elevar de forma significativa a pressão arterial, especialmente das pessoas que já sofrem de hipertensão e dos idosos (60 anos ou mais), além de causar crise hipertensiva, importante fator de complicações médicas.
"A redução da poluição atmosférica proveniente da queima de combustíveis veiculares pode ser uma tarefa do governo de cada estado, mas também precisa da colaboração da sociedade, portanto, vamos todos procurar despoluir o ar já que esta atitude beneficia a saúde de toda a população", comenta Dr. Abrão.
A hipertensão arterial, com taxa de incidência na população brasileira de 30 a 35%, é conhecida como a grande epidemia do século 21 e a que mais mata no país. Além disso, a doença é o principal fator de risco, ou porta de entrada para as doenças cardiovasculares, como Infarto do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Miocardiopatia Congestiva.
Dicas para minimizar os efeitos da poluição
Evitar ficar em lugares onde a concentração de poluição é maior (locais com congestionamento maior de carros);
Evitar fazer caminhadas ou mesmo andar de bicicletas nestes locais nos horários de pico, principalmente na região da Paulista, Cambuci, proximidades do Aeroporto de Congonhas, e proximidades do Parque do Ibirapuera junto à República do Líbano.
Sempre que possível procurar se deslocar para lugares mais distantes dos veículos e das grandes cidades onde há menos exposição dos riscos da poluição.