Capital paulista ganha primeiro ônibus a hidrogênio

 

Na tarde desta quarta (1/7) houve o lançamento, em São Paulo, do primeiro ônibus movido a hidrogênio da América Latina. O veículo fabricado no Brasil tem 12 metros de comprimento e capacidade para 63 pessoas, inclusive um cadeirante. A principal vantagem do novo coletivo é a emissão zero de poluentes.

A primeira linha vai circular no corredor de ônibus Jabaquara-São Matheus, da zona sul à zona leste da cidade, em um trajeto de 33 km). O projeto é resultado de cinco anos de trabalho, uma iniciativa que envolve o Ministério do Meio Ambiente, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), o PNUD e o GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente).

O veículo funciona com a combinação do hidrogênio, por meio de reações químicas, com o oxigênio da atmosfera, gerando uma corrente elétrica que move os motores e libera, no lugar do CO2, vapor de água.

O uso do coletivo terá uma fase de testes por 60 dias. Sairá diariamente do mesmo ponto de um veículo similar movido a diesel e transportará, em peso, a mesma quantidade. Ao final do período será feito um relatório comparativo. Após o monitoramento inicial, os passageiros poderão usar o ônibus (o custo da passagem será de R$ 2,55, a mesma dos outros coletivos intermunicipais).

Para maio e julho de 2010, está  prevista a fabricação de outros três veículos do tipo, que devem ser entregues entre maio e julho de 2010.

Carlos Zündt, gerente de planejamento da EMTU e coordenador do projeto, afirma que um dos obstáculos para o uso em grande escala do hidrogênio como combustível é o alto custo de produção. O processo de extrair hidrogênio da água através da eletrólise é caro.  No entanto, Zündt enfatiza que o diesel, atualmente usado nos coletivos, tem outros custos indiretos que o tornam a pior alternativa. “É preciso considerar o gasto público com doenças respiratórias em função da poluição, do enxofre, da chuva ácida. Somando isso, o diesel tem um custo 200 vezes maior do que o hidrogênio”, argumentao Zündt.

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