Proibição a fretados no centro gera reação de usuários e empresas


Além das empresas de fretamento, os usuários de ônibus fretados pretendem reagir contra a portaria anunciada pela prefeitura que irá proibir a circulação dos veículos no centro expandido de São Paulo. Associações de usuários pretendem fazer um protesto na próxima terça-feira nas avenidas Paulista e Luís Carlos Berrini contra a proibição. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros e Turismo de São Paulo (Transfretur) declarou que vai entrar na Justiça contra a restrição se a Prefeitura não recuar nas novas regras.

A medida prevista para iniciar dia 27 de julho, foi anunciada pela prefeitura na segunda (1/7). A restrição vale para uma área de 70 km2, no período das 5h às 21h. Pelas novas regras, os fretados terão que usar 13 pontos de embarque e desembarque, que serão criados em estações de trem, metrô e Expresso Tiradentes. A prefeitura anunciou também que sete linhas especiais de ônibus para complementar o sistema viário. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, os ônibus fretados transportam 110 mil pessoas por dia na capital , e as mudanças atingem cerca de 48 mil desses usuários.

“Não é uma ação contra os fretados, mas para organizá-los. Essa solução apresentada busca conciliar o conforto das pessoas que usam o transporte fretado com o bom andamento do transporte público", declarou o prefeito Gilberto Kassab.

Não é o que pensa Jorge Miguel, diretor executivo do Transfretur.  “Se fizer contas, o usuário vai perceber que será mais barato fazer seu trajeto de carro, pois haverá um custo adicional gerado pelo uso do transporte público para os passageiros dos fretados”.

Regina Rocha, diretora executiva da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento do estado de São Paulo e assessora jurídica do Transfretur avalia que a prefeitura deve examinar melhor a questão antes de implantar a medida.  “Esperamos que o prefeito tenha o bom senso de não publicar a resolução em Diário Oficial antes de avaliar todos os impactos da decisão para a sociedade como um todo”, afirmou.

Maurício Broinizi Pereira, coordenador da secretaria executiva do Movimento Nossa São Paulo, concorda que é preciso maior consulta à sociedade antes de definir as regras. No entanto, Maurício também considera que a circulação dos fretados deve ser regulamentada, controlada e fiscalizada. “É preciso existir locais adequados para circularem e estacionarem, e não retirar os ônibus do centro expandido, o que poderia aumentar o uso do carro e piorar ainda mais o trânsito e a poluição na cidade.”

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