A partir de 2010, ruído dos veículos começa a ser medido pela Inspeção Veicular Ambiental
DANIEL GONZALES, daniel.gonzales@grupoestado.com.br
A partir do ano que vem, a Inspeção Veicular Ambiental, obrigatória para a frota paulistana, passará a medir os níveis de ruído emitidos pelos veículos em funcionamento, e não apenas as emissões de gases poluentes. A meta é combater, além da poluição do ar, a poluição sonora nas ruas e avenidas da capital. Barulho em excesso também deverá reprovar o veículo na vistoria.
A Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, pasta responsável pelo programa, informou que aguarda uma regulamentação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão do Ministério do Meio Ambiente, para regulamentar, por meio de portaria, que tipos de veículos entrarão nas novas medições e quais serão os níveis máximos de barulho tolerados. O órgão confirma que a medição será incorporada à inspeção a partir de 2010. O Conama já tem pronta uma proposta de resolução sobre o assunto (veja quadro), que foi apresentada no dia 12. Até o fim do ano, ela será publicada e incorporada aos programas municipais de inspeção veicular de todo o País.
Na capital, os testes de ruído já vêm sendo feitos em parte da frota que passa pela inspeção hoje, mas sem efeito de reprovação. Nos postos Barra Funda e Jaguaré da Controlar, empresa contratada pela Prefeitura para realizar as vistorias, alguns motoristas são convidados a fazer a medição voluntariamente. A Controlar informou que será feito um estudo com os resultados e a iniciativa vai ajudar o Conama a aprimorar a regra federal.
“É feita uma medição do ruído de fundo ambiente, primeiramente, e depois do motor em marcha lenta e acelerado. Por fim, os valores são subtraídos para se chegar ao nível de ruído do veículo”, explicou um técnico do Centro Barra Funda, na manhã de segunda-feira.
A captura do barulho é feita com dois microfones, um colocado no motor e outro posicionado junto do escapamento do carro. O Conama estabelece até 95 decibéis (dB) de ruído máximo para veículos de passeio com até nove lugares. Para motos, o máximo tolerado é de 99 dB.
Nas principais vias paulistanas, o barulho difuso do trânsito supera 100 dB, valor equivalente ao som de uma britadeira ou sirene de ambulância a curta distância. A exposição prolongada a barulho superior a 85 dB já causa potenciais riscos à audição.