GT Educação faz propostas de metas em debate com secretário

 

A formação contínua dos professores, a merenda escolar e os investimentos para ampliação de vagas na educação infantil foram temas de destaque no debate promovido pelo GT Educação do Movimento Nossa São Paulo, com o secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider. O encontro teve como objetivo abordar as metas para educação do programa de gestão da prefeitura, batizado de Agenda 2012, e do Plano Plurianual (PPA) 2010-2013.

Compareceram ao debate cerca de 40 pessoas, entre integrantes do GT, educadores e voluntários de organizações não-governamentais. Após o secretário apresentar as metas para a Agenda 2012 e o PPA, foi aberta a palavra para os participantes.

Maria Alice Setubal, uma das coordenadoras do GT Educação, agradeceu a disponibilidade do secretário em participar do encontro e destacou alguns pontos que merecem atenção da secretaria. Segundo Maria Alice, a prefeitura aumentou o número de vagas na educação infantil, mas é preciso melhorar a formação dos professores. “Como fazer para que o professor seja formado para trabalhar o material [pedagógico], principalmente de quinta a oitava séries?”, questionou. Ela acrescentou que ficou satisfeita em saber que vai haver formação dos supervisores de ensino, além dos coordenadores, “mas senti falta do diretor [receber formação também]”.

Mais uma preocupação apontada por Maria Alice é que a construção do Plano Municipal de Educação não aparece no PPA nem no programa de metas. O plano será um instrumento de planejamento da educação por dez anos, elaborado com participação da sociedade.

Samantha Neves, outra coordenadora do GT Educação, destacou várias questões consideradas importantes pelo grupo: a necessidade de ampliação nas vagas da educação infantil e da melhoria do ensino em todos os anos; que a formação passe a apoiar diretamente a atuação dos professores na sala de aula; o aumento no número de vagas dos Centros de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Outro assunto que mobilizou as atenções no debate foram os gastos com a merenda e com o Leve Leite. De acordo com o levantamento do GT, o valor destinado à alimentação escolar equivale à metade dos gastos com Educação Infantil e um terço dos gastos com Ensino Fundamental. Para melhorar a qualidade e reduzir os custos, o grupo propôs alguns caminhos: que a merenda não seja terceirizada como ocorre hoje, e que haja a utilização de alimentos in natura com base na agricultura familiar e na economia solidária. A economia poderia liberar recursos para as propostas mencionadas anteriormente.

O secretário respondeu que poderia incluir as diretrizes do Plano de Educação na revisão do PPA, que será feita no ano que vem. Sobre a formação dos professores repetiu diversas vezes que “o grande desafio é formar o professor sem tirar ele da sala de aula”. Em outro momento afirmou que o desafio inicial foi fazer a formação via coordenadores pedagógicos, “isso não deu certo”, acrescentou. Outro “desafio” mencionado por Schneider é melhorar o desempenho dos alunos de quinta a oitava séries, o que está relacionado à formação dos professores.

O secretário disse também que pode rever a verba prevista para destinar mais recursos à ampliação e à reforma de unidades de educação infantil. Com relação à Educação de Jovens e Adultos (EJA) admitiu que a pasta precisa se “organizar melhor”, tanto para atender mais alunos, quanto para mantê-los na escola.

Com relação aos recursos destinados à merenda, Schneider afirmou que também prefere que os programas de alimentação, transporte e uniformes não sejam vinculados à pasta, mas não tem “governabilidade” sobre isso dentro da prefeitura. E acrescentou: “vou tentar trabalhar da melhor maneira possível com os recursos que eu tenho”.

Vera Masagão, da coordenação do GT Educação, avaliou que o debate foi positivo, mas mostrou uma preocupação. “A secretaria não indicou de onde viria o orçamento para atingir as metas, isso nos preocupa muito.”

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