“Dia Mundial Sem Carro tem trânsito e bicicletada” – Folha de São Paulo

 

Principais vias da cidade registraram tráfego intenso

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DA REPORTAGEM LOCAL DA SUCURSAL DO RIO DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Dia Mundial Sem Carro, celebrado ontem, passou quase despercebido em São Paulo. Sem apoio oficial, foram poucos os eventos e o trânsito continuou como sempre: ruim. Mas à noite, apesar do frio e da garoa, uma bicicletada na Paulista atraiu mais de 300 participantes e fechou por alguns minutos um dos lados da avenida, no sentido da Bernardino de Campos. Alguns motoristas protestaram.

De dia, o trânsito ficou carregado, fato agravado pela chuva. A CET registrou, às 8h, 71 km de lentidão, a média para o horário. Às 18h40, eram 117 km, um pouco acima da média. Os arredores da Paulista (região central) concentraram boa parte dos eventos para lembrar a data. Ao lado do Conjunto Nacional, atividades artísticas, distribuição de panfletos e a montagem de um protótipo de carro de protesto atraíam a atenção de quem passava. Os paulistanos motorizados, no entanto, continuaram lotando os estacionamentos da região. Segundo funcionários, dias de chuva como o de ontem costumam ter movimento ainda maior de veículos.

Para "dar o exemplo", o prefeito Gilberto Kassab (DEM) usou transporte coletivo para ir ao trabalho. Ele pegou um ônibus na av. Faria Lima, ao lado do clube Pinheiros, e levou 40 minutos nos 8 km de trajeto até o centro. Depois, andou mais 15 minutos até a sede da prefeitura. Ele afirmou, porém, que os paulistanos têm direito de ter carro e de utilizá-lo.

Rio e Curitiba

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) pedalou até o trabalho, mas só na descida. Em alguns trechos, chegou a entrar na contramão e a subir na calçada. Na subida entre a residência oficial, na estrada da Gávea Pequena, e a Vista Chinesa, na zona sul do Rio, Paes foi de bicicleta elétrica.

O prefeito saiu da residência oficial às 5h30 no modelo elétrico e, no meio da estrada, um carro o aguardava com sua mountain bike.

O que ele chamou de "gesto simbólico" mobilizou dez carros, entre os da imprensa e os de sua equipe de apoio. Cinco ciclistas o acompanharam até o Palácio da Cidade, em Botafogo (zona sul). Com 40 quarteirões bloqueados ao tráfego, Curitiba teve um dia de congestionamentos, com buzinaço e filas. O trânsito no centro foi afetado por uma passeata e pela chuva. Apesar dos transtornos, a prefeitura considerou o evento um êxito, estimando que 30% da frota (120 mil veículos) não circulou.

(TAI NALON, EVANDRO SPINELLI, AUDREY FURLANETO e DIMITRI DO VALLE)

 

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