Obra da Nova Marginal é motivo de debate na Câmara

 

Sociedade civil questiona representantes do Executivo se os recursos direcionados ao projeto não seriam melhor empregados na ampliação do transporte coletivo

Entidades da sociedade civil que participaram do debate sobre o Projeto Nova Marginal, ocorrido nesta quinta-feira (1/10) na Câmara Municipal, questionaram os representantes da prefeitura se os valores que estão sendo investidos na obra não seriam melhor aplicados na ampliação do transporte coletivo da cidade.

Maurício Broinizi, coordenador da secretaria executiva do Movimento Nossa São Paulo, citou dados da pesquisa realizada recentemente pela organização, em parceria com o Ibope, para demonstrar a preferência da maioria dos paulistanos. "Os dados revelam que 56% das pessoas gostariam que os recursos do projeto fossem direcionados ao transporte coletivo. Além disso, 62% querem mais verbas para o setor e somente 10% desejam mais viadutos, pontes e avenidas."

Em resposta, o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, argumentou que a Prefeitura e o Estado estão investindo R$ 25 bilhões no transporte coletivo e defendeu a ampliação da Marginal. "Enquanto a nação não muda o modelo rodoviarista, uma obra como esta é necessária." Segundo ele, as compensações ambientais exigidas para a liberação do projeto são as maiores já exigidas. "São Paulo vai sair [ambientalmente] do processo melhor do que entrou", avaliou.

Polêmica sobre o custo total da obra 

Outro ponto questionado pelos participantes foi o motivo pelo qual o custo da Nova Marginal estaria sendo elevado de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,7 bilhão. O novo valor do projeto, iniciado há apenas três meses, estava publicado no site www.novamarginal.sp.gov.br.
 
Os representantes do Executivo que participaram do debate – Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Ricardo Laiza, superintendente de Planejamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), e Irineu Gnecco Filho, diretor de Planejamento e Educação no Trânsito – não souberam responder.

A polêmica só foi resolvida no final do dia, quando a Dersa, empresa responsável pela obra e pelo site, retirou a informação da internet, informando que houve um erro e que o custo não foi alterado.  

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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